terça-feira, 3 de abril de 2007

BETH SARIM - A CASA DOS PROFETAS


Em antecipação à breve ressurreição dos profetas bíblicos e patriarcas, Joseph Rutherford, presidente da Torre de Vigia Bíblias e Tratados comissionou a construção de uma casa em San Diego, Califórnia. Esta, deveria ser a casa para Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Samuel e todos os mencionados em Hebreus capítulo 11. Porém, como a festa bíblica não ocorreu, o vergonhoso incidente Beth-Sarim teve que ser abafado. Começando em 1920, Rutherford declarou, "Como nós já declaramos anteriormente, o grande ciclo de jubileu começará em 1925. Neste tempo a fase terrestre do reino será reconhecida". Como seria reconhecida? Que evento introduziria o reino? Rutherford explicou, "nós podemos esperar confiantemente que 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaac, o Jacó e os profetas antigos e fiéis, particularmente os citados pelo apóstolo em Hebreus capítulo onze, sob condições humanas perfeitas " (Millions Now Living Will Never Die, pp. 89-90). Esta era uma profecia excitante. As Testemunhas de Jeová espalhavam a notícia ao redor do mundo da manifestação física destes patriarcas bíblicos. Quando chegou 1925, mas Abraão e os demais não, alguns seguidores de Rutherford abandonaram a seita. Outros ainda continuaram acreditando, e que eles se atrasariam um pouco, mas chegariam, e que a tripulação de hebreu 11 regressaria brevemente. Embora o fato não tivesse acontecido, ainda em 1929 era um assunto de muita excitação. Por isto, Rutherford, percebendo que o espetáculo de Abraão e companhia finalmente chegava, e etes iriam precisar de um lar, deu instruções para construir uma casa para eles. No seu livro, Salvação, Rutherford menciona esta casa e seu propósito de construção: "Em San Diego, Califórnia, há um pedaço pequeno de terra no qual, no ano 1929, foi construída uma casa que é chamada e conhecida como Beth Sarim. As palavras hebraicas Beth Sarim significam "Casa dos Príncipes" e o propósito de adquirir esta propriedade e construir a casa era uma prova tangível que haviam pessoas na terra hoje que acreditam plenamente em Deus e Cristo Jesus e no seu reino, e que acreditam que os homens fiéis serão ressuscitados em breve pelo Senhor, e regressarão à terra, e se encarregarão dos negócios visíveis da terra "(pág. 311). Com a casa agora construída, não havia nada que fazer senão esperar. E eles esperaram, até 1942. Rutherford escreveu o último livro da sua vida, mencionando novamente Beth-Sarim e Abraão. Ele escreveu, " esses homens fieis podem ser esperados de volta mais dia menos dia. As Escrituras dão boas razões para acreditar que isto deve acontecer em breve, pouco antes do Armagedom começar". "Com a expectativa a casa em San Diego, Califórnia ganhou muita publicidade pela ação maliciosa do inimigo, a qual foi construída, em 1930, e nomeada "Beth-Sarim" significando "Casa dos Príncipes" e é agora guardada a confiança da ocupação por esses príncipes no seu retorno"(The New World, pág. 104). Note que Rutherford disse que foi "guardada a confiança". De fato, a ação tem vários pontos muito interessantes. Explica, que o reino de Deus terá os representantes visíveis na terra, os quais tocarão os negócios das nações sob a supervisão do governante, Cristo invisível, e que os representantes fiéis e os governadores visíveis o mundo serão Davi, Israel, Gideão, Sansão, José, Samuel o profeta e outros homens fieis que foram nomeados com aprovação na Bíblia em Hebreus 11." "A condição aqui é que a Torre de Vigia Bíblias e Tratados terá perpetuamente o título de confiança para o uso de qualquer ou todos os homens como representantes do reino de Deus na terra, e tais homens possuirão e usarão as propriedades descritas como eles quiserem para o melhor interesse pelo trabalho no qual eles são comprometidos". Porém, havia uma cláusula condicional colocada na ação. Até Davi, Abraão ou outro chegar, "Joseph F. Rutherford terá o direito e privilégio de residir na dita "casa" até a mesma ser tomada na chegada de Davi ou alguns dos outros homens citados, e esta propriedade é dedicadas a Jehovah para o uso do Seu reino, e será usada como tal para sempre" (ação datou de 24 de dezembro de 1929). A ação que foi assinada por Rutherford tem três artigos:Primeiro, Beth-Sarim foi construído para o propósito expresso de moradia para os patriarcas.Segundo, entretanto Rutherford poderia morar na casa, ele só poderia fazer assim até alguém de hebreus 11 chegar.Terceiro, Beth-Sarim permaneceria no perpétuo uso de reino de Jeová. Assim, a STV teria certamente esta propriedade sempre. Talvez não é necessário explicar, mas ninguém de hebreus 11 chegou para ocupar Beth-Sarim. Como resultado, Rutherford passou os últimos anos da vida dele nesta mansão bonita enquanto seus seguidores sofreram em pobreza durante a Grande Depressão dos anos 30. Mais adiante, alguns anos depois da morte de Rutherford, Beth-Sarim era vendida. Em 1948 esta casa estava vendida, e o ensinando relativo ao "retorno dos antigos" foi quietamente abafado em 1950 (Millions Now Living Will Never Die: A Study of Jehovah's Witnesses, Alan Rogerson, p. 48). Há um epílogo a esta história. Em 1975 a STV publicou um livro que mencionou Beth-Sarim. Porém, a informação só contida em suas páginas serve complicar a credibilidade histórica da STV. Desde seu início, era dito que Beth-Sarim tinha sido construída para Abraão e amigos. Este livro parece contar uma história completamente diferente: "Naquele tempo, uma contribuição direta foi feita com a finalidade de construir uma casa em San Diego para o uso do Irmão Rutherford. Isto não foi construído às custas da STV. Relativo a esta propriedade, declarou o livro Salvação, de 1939: Em San Diego, Califórnia, há um pedaço pequeno de terra no qual, no ano 1929, foi construída uma casa que é chamada e conhecida como Beth-Sarim"(1975 Anuário das Testemunhas de Jeová, pág. 194 (em inglês)). Há dois problemas com esta declaração do Anuário. Primeiro, a STV disse que foi construída para uso do Irmão Rutherford quando de fato, de acordo com o próprio Rutherford, a casa foi construída para os patriarcas de Hebreus! Segundo, o escritor das citações do Anuário cita Rutherford falsamente, fazendo com que Rutherford diga o oposto do que ele disse de fato. O autor do Anuário cita o livro Salvação, escrito por Rutherford que menciona Beth-Sarim. Porém, o autor do Anuário só conta parte da história. Mais acima neste artigo, a citação completa do livro Salvação foi exposta. Comparando as duas citações, vemos que claramente a STV mentiu. Embora Rutherford reivindicasse ter sabedoria profética, ele fez muitas falsas profecias. Um destas profecias concerniu a predição de 1925, relativa ao retorno de Abraão e outro patriarcas bíblicos. O encobrimento destes problemas embaraçosos do passado na época atual tem dado trabalho a STV, pois são falsas profecias, mas a fim de abafar os fatos, a Sociedade mente novamente. Talvez pior de tudo, é o fato que fazendo assim, a STV está mentindo agora aos próprios seguidores.

O QUE É PRIORADO DE SIÃO?


Esta secção inicia-se com o esclarecimento de que a organização que aqui se chama Priorado de Sião, é a organização francesa de seu nome original Prieuré de Sion, ou como também tem sido frequentemente chamada nos meios da lusofonia brasileira, Monastério de Sião. Antes de percorrer os complicados passos da ideologia de Plantard e do seu Priorado, convém obter um pouco de perspectiva, e procurar vislumbrar um panorama global deste fenómeno. As questões são tantas, que é difícil saber por onde começar... O que é o Priorado de Sião? Porquê este nome? Como foi criado? Onde foram os fundadores do Priorado buscar as suas ideias? Que quer o Priorado? As suas ambições são legítimas? Quem faz parte do Priorado? Quais são as suas actividades correntes? Após obtida alguma perspectiva com a leitura de respostas sucintas a estas questões, serão analisados os assuntos e os factos cruciais para a compreensão desta organização, bem como para a compreensão do seu envolvimento no mistério de Rennes, e da sua responsabilidade na criação desta verdadeira mitologia moderna. No final, daremo-nos melhor conta do esforço e da erudição que foi necessária para a construção deste impressionante puzzle surrealista de mentiras e meias verdades. Antes de entrar imediatamente no assunto, vejamos algumas questões-chave: O que é o Priorado de Sião? É uma falsa questão, visto que o Priorado de Sião já foi muitas coisas nas mãos do seu criador Pierre Plantard. Hoje em dia, admiradores franceses, britânicos e americanos de Pierre Plantard pertencem a neo-Priorados, cuja legitimidade é já nula porque não foram criados pela vontade do fundador Pierre Plantard. Como começou o Priorado de Sião? Começou como uma associação declarada legalmente (de acordo com a lei francesa de 1901) a 20 de Julho de 1956. O pedido de autorização de constituição foi efectuado a 7 de Maio de 1956, na Sub-Prefeitura de Polícia de Saint-Julien-en-Genevois (Alta Sabóia), mediante uma carta assinada pelos quatro fundadores: Pierre Plantard, André Bonhomme, Jean Deleaval e Armand Defago. A sede social estava estabelecida na casa de Plantard, em Sous-Cassan, Annemasse, na Alta Sabóia. O texto de constituição, conforme consta no Journal Officiel, número 167, segundo Pierre Jarnac, é o seguinte: "25 juin 1956. Déclaration à la sous-préfecture de Saint-Julien-en-Genevois. Prieuré de Sion. But: études et entr'aide des membres. Siège social: Sous-Cassan, Annemasse (Haute-Savoie).". O objecto era: "La constitution d'un ordre catholique, destiné à restituer sous une forme moderne, en lui conservant sont caractère traditionaliste, l'antique chevalier, qui fut, par son action, la promotrice d'un idéal hautement moralisateur et élément d'une amélioration constante des règles de vie de la personnalité humaine", ou seja, "A constituição de uma ordem católica, destinada a restituir numa forma moderna, conservando o seu carácter tradicionalista, o antigo cavaleiro, que foi, pela sua acção, a promotora de um ideal altamente moralizante e elemento de um melhoramento constante das regras de vida da personalidade humana". Porquê este nome? Plantard era um admirador incondicional de Paul Lecour, o fundador da revista Atlantis. Em vários artigos, Lecour tinha tentado incentivar a juventude cristã francesa a recuperar os ideais da cavalaria, sugerindo que se criassem grupos aos quais ele dava o nome de "Prieurés", ou "priorados". Plantard seguiu esta sugestão! O nome "Sion" (ou "Sião") foi escolhido devido à proximidade geográfica da casa de Plantard em Sous-Cassan (Annemasse) com a colina de Mont-Sion. Pierre Plantard, a partir de 1960, desviou a postura originalmente política do Priorado para uma postura mais mítica e mística, muito provavelmente numa iniciativa solitária e independente dos fundadores originais do Priorado. É a partir desta altura que ele começa a propagar que o Priorado teria tido origem em Jerusalém no século XI (1099). Ora em Jerusalém existe o monte Sião, o que ajudou à mistificação de Plantard. Contudo, a sede do Priorado foi sempre na casa do próprio Plantard, onde ele morava com a mãe, o que evidencia a dimensão reduzidíssima, e por vezes puramente "solista" desta organização, que nunca teve um número relevante de membros para além de Plantard, e de alguns amigos, como Phillipe de Chérisey e André Bonhomme (este último apenas no Priorado original, até 1960 - André Bonhomme não participou na versão mítico-mística do Priorado pós-1960). Qual é o significado do sub-título C.I.R.C.U.I.T.? Chevalerie d'Institution et Règle Catholique & d'Union Indépendante Traditionaliste. Ou "Cavalaria de Instituição e Regra Católica e de União Independente Tradicionalista". "CIRCUIT" era também o nome da publicação panfletária original do Priorado de Sião, editada em Annemasse, cujo primeiro número data de 27 de Maio de 1956. Onde foi Pierre Plantard desencantar as ideias para o Priorado pós-1960? Estas ideias não eram novas, e têm origem numa série de movimentos de renovação espiritual cristã que surgiram no final do século XIX em França. Mais concretamente, falamos do Hiéron du Val d'Or, criado em Paray-le-Monial. Adicionalmente, o Priorado retirou ideias de outros movimentos, como o da revista "Atlantis", fundada pelo esoterista Paul Lecour. Mas o elemento mais importante está no reaproveitamento que Plantard faz, a partir dos anos 60, e juntamente com Chérisey e o jornalista Gérard de Sède, do enigma de Rennes-le-Château. Que quis Pierre Plantard com este Priorado? Ele tentou propagar em França os ideais de restauração de uma monarquia tradicionalista, apresentando-se como herdeiro merovíngio à coroa francesa. Pierre Plantard defendia que o Priorado existia desde o século XI e que tinha protegido desde então uma linhagem dinástica proveniente da primeira dinastia francesa, a dinastia dos Merovíngios. Assim, o Priorado pretendia conseguir legitimar uma monarquia em França baseando-a num representante altamente simbólico porque merovíngio. Esse representante seria, claro, o próprio senhor Plantard, que a dada altura passou a intitular-se "Pierre Plantard de Saint-Clair", tendo-se sempre outorgado uma linhagem aristocrática incólume. As suas ambições são legítimas? Tudo indica que não. Não só não se conhece um representante da dinastia merovíngia em França, como a maioria dos franceses não está inclinada na direcção de nenhuma monarquia, Orleães ou Saint-Clair que seja! O Priorado de Sião tem como criador Pierre Plantard. Plantard forjou uma tabela fraudulenta de Grão-Mestres (listados desde o século XII), que inseriu nos Dossiers Secrets atribuídos a um pseudo-Lobineau, depositados na Biblioteca Nacional, em Paris, a 27 de Abril de 1967. Essa lista de grão-mestres foi montada com base em material proveniente de propaganda AMORC (pseudo-rosacruz) do século XIX, sendo que a versão da Biblioteca Nacional apenas traz de novo o nome de Jean Cocteau, que foi adicionado por sugestão de Phillipe de Chérisey, amigo de longa data e colaborador de Plantard, que tinha uma apetência especial pelos surrealistas, dos quais Jean Cocteau era uma figura de proa. Porque recorreram eles ao enigma de Rennes-le-Château? Rennes-le-Château era a opção óbvia nos anos sessenta. Plantard e Chérisey, juntamente com o sócio de ambos, Gérard de Sède, fizeram uma primeira tentativa usando o mistério de Gisors, um pequena lenda de tesouros, tentando transformá-la no epicentro do drama da dinastia merovíngia. A tentativa teve pouco sucesso. Recordemos que durante os anos cinquenta e sessenta, Rennes-le-Château, graças às iniciativas propagandísticas de Noël Corbu, crescera em turismo e em visitantes, que procuravam a todo o custo o tesouro escondido pelo "padre dos milhões". Plantard e os seus amigos ouviram falar desta fabulosa história de tesouros, e quando inventaram os famosos pergaminhos com os quais pretendiam legitimar o Priorado de Sião, colocaram o padre Saunière como o "achador" destes pergaminhos durante as obras de restauro que este empreendeu em Rennes no final do século XIX. Que problema teve Plantard com a Justiça Francesa em 1993? O problema nasceu uns anos antes, em 1989, ano em que Plantard divulga uma "circular" do Priorado de Sião, na qual ele dava conta da resignação de Roger-Patrice Pelat do cargo de Grão-Mestre do Priorado. Em 1989, o caso passou despercebido, apenas agitando os diminutos meios esotéricos franceses. Contudo, em 1993, com a eclosão do escândalo financeiro envolvendo Roger-Patrice Pelat, o seu nome saltou para a actualidade política e judicial francesa. O então primeiro-ministro francês Pierre Bérégovoy recebera, em 1986, um empréstimo de um milhão de francos livre de juros de Roger-Patrice Pelat para a compra de um apartamento em Paris. A 1 de Maio de 1993, Bérégovoy foi encontrado morto num canal em Nevers, aparentemente tendo cometido suicídio. A Justiça Francesa, pela mão do juíz Thierry Jean-Pierre, conduziu um processo investigativo em torno deste escândalo. No desenrolar do processo, o juiz Jean-Pierre deparou-se acidentalmente com a "circular" de Pierre Plantard de 1989, que mencionava o seu arguido como tendo sido Grão-Mestre de uma organização intitulada Priorado de Sião. Evidentemente que Plantard mentia, e o juiz Jean-Pierre terá ficado estupefacto ao deparar-se com semelhante afirmação, que aparentemente envolvia o polémico arguido Pelat. Em Setembro desse ano, o juiz ordena a detenção e interrogatório de Pierre Plantard: após algumas horas, este confessa à Justiça ter inventado tudo acerca do Priorado de Sião. Uma busca à casa de Plantard revelou um imenso arquivo de documentação forjada durante uma vida inteira. Plantard foi considerado pelo Tribunal como um "mitómano inofensivo". O caso correu a imprensa francesa. Plantard recebeu uma ordem do Tribunal para parar imediatamente com a mitomania e com a propagação da sua farsa. Gravemente abalado com todo este processo, Plantard retirou-se pouco depois para o anonimato, tendo vivido practicamente incógnito, entre Barcelona, Perpignan e Paris, até à sua morte em Fevereiro de 2000. Quem faz parte do Priorado? Convém lembrar que, desde a morte de Plantard em 2000, o Priorado original cessou de existir (porque dependia directamente do fundador Plantard). Os novos "Priorados" de hoje recolhem os lucros do trabalho activo de desinformação de Pierre Plantard. Sempre existiram rumores, certamente infundados, de que o Priorado contou nas suas fileiras com personalidades como Roland Dumas (ex-presidente do Tribunal Constitucional francês), François Miterrand (que de facto chegou a fazer uma visita oficial a um lugarejo inóspito no sul de França, chamado Rennes-le-Château), e até Jacques Chirac. A verdade sobre os membros do Priorado e o mito sobre a sua influência na sociedade, tanto do Priorado original como das suas novas versões, deverá, contudo, ser bastante diferente e mais decepcionante. Quais são as actividades correntes do Priorado de Sião? Após a morte de Plantard em 2000, surgiram vários movimentos que se intitulam Prieuré de Sion, ou Priory of Sion. Em França, o actual grão-mestre é desconhecido. Fala-se em Thomas Plantard, filho de Pierre Plantard, mas esta tese não é credível. Uma das figuras mais visíveis, que se intitula "secretário" do Priorado actual, chama-se Gino Sandri e é membro de uma associação sindical francesa. São três os países de acção destes novos "Priorados": a França (onde nasceu a ideia com Plantard), a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América. Como qualquer outro grupo que ambiciona poder e notoriedade, estes "Priorados" tentam recolher para as suas fileiras personagens com influência política ou económica na sociedade que apresentem uma forte vontade de se associarem para melhor beneficiarem de trocas de favores e protecção. Mas o sucesso destes Priorados em tornarem-se grupos de pressão com significância é muito reduzido, como se constata pelos seus próprios resultados: estes movimentos conseguiram sobretudo ser os detentores da propriedade intelectual de uma excessivamente popular farsa histórica. Concluindo, o poder efectivo do que se costuma chamar Priorado de Sião é temido e respeitado por hordas de leitores impressionáveis, que nem supõem que estão a falar de movimentos distintos e em oposição entre eles, cada qual lutando pela "autenticidade" de ser o "verdadeiro" Priorado de Sião. A mensagem deturpada de Rennes, essa, não parar de crescer: hoje em dia existem centenas de livros, filmes, documentários e mesmo jogos de computador baseados na versão adulterada pelo Priorado da história de Rennes e do seu padre Saunière. A face mais visível desta propagação da farsa está materializada no livro O Código da Vinci, da autoria de Dan Brown. Quem é este Gino Sandri, suposto actual "secretário" do Priorado de Sião pós-Plantard? O seu nome e fotografia constam da página de contactos do site do SNFOCOS, SYNDICAT NATIONAL FORCE OUVRIERE DES CADRES DES ORGANISMES SOCIAUX, uma união sindical fundada em 1938 com sede social em Paris. A função de Gino Sandri nesta união sindical está indicada no site: "Secrétaire National chargé des Caisses nationales". Nos seus tempos livres, Sandri brinca ao pseudo-esoterismo, dando entrevistas em sites sobre Rennes-le-Château e outros temas relacionados, apresentando-se como "secretário" do Priorado de Sião. Primeira página da carta de pedido deconstituição do Priorado de Sião (1956) Segunda página Os capítulos que se seguem apresentam provas conclusivas, argumentos de peso, e novas pistas que permitem uma melhor compreensão deste fenómeno social que foi o Priorado de Sião. Aqui pretende-se colocar um ponto final em várias décadas de mentira, confusão e desinformação. Até o leitor mais crédulo na ideologia do Priorado vacilará depois de confrontado com o material que se segue. Já pouco falta, para além desta informação, para que se compreenda tudo o que há a compreender sobre esta gigantesca farsa. Isso deve-se ao esforço continuado de muitos investigadores. Queríamos endereçar aqui uma palavra de agradecimento ao investigador inglês Paul Smith que, com a sua atenção extraordinária e zelo científico inabalável, nos ajudou decisivamente pela partilha desinteressada das suas provas, documentos e resultados.