sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

A VIDA CONJUGAL DO CRISTÃO

 "Honrado seja entre vós todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará" (Hebreus 13:4).

 Não devemos ter medo de falar sobre o sexo. A Bíblia, que é a Palavra viva de Deus, largamente discorre sobre o assunto. Quando Deus criou o homem e, mais tarde, observou que "...não era bom que o homem estivesse só..." (Gênesis 2:18); imediatamente Ele tomou providências para suprir a solidão do homem. Deus tirou uma das costelas de Adão e fez uma mulher que tivesse a capacidade de ajudar o seu companheiro, pois ela tinha os mesmos sentimentos e afeições do seu parceiro. Afinal, ela tinha saído das mais profundas entranhas daquele com quem devia devotar sua vida para sempre. Ao acordar do seu sono profundo, Adão exclamou assim: "Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão fora tomada. Portanto deixará o homem seu a pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne" (Gênesis 2:23-24). Deus criou macho e fêmea, de acordo com o original hebraico (Gênesis 1:27). Deus não criou dois machos para que se envolvessem sexualmente, e muito menos criou duas fêmeas para este fim. Não devemos esquecer que o Senhor Deus jamais perdoará aqueles que desobedecem esse plano divino para a raça humana. A não ser que se arrependam de seus pecados hediondos. Mas se não houver um genuíno arrependimento, os tais sofrerão uma terrível condenação. Veja o que Deus diz em sua Palavra: "Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação" (Levítico 18:22). Deus ainda diz: "Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos terão praticados abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles" (Levítico 20:13). No livro de Romanos, no primeiro capítulo, podemos ver um retrato horrendo da situação do homem neste aspecto, Romanos 1:18-32. Os chamados gays e lésbicas vão se apresentar um dia diante de Deus para prestarem contas de seus atos abomináveis. Eis o que a Bíblia diz a respeito: "...Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda a língua louvará a Deus. Assim pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Romanos 14:10-12). "Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal" (II Coríntios 5:10). No último capítulo da carta aos Hebreus, o escritor diz que o matrimônio (vida conjugal) deve ser honrado. O escritor fala do leito sem mácula. Creio que o autor se refere à certas aberrações sexuais que os pervertidos praticam. No mundo não cristão, o sexo é praticado nas mais diversas modalidades. É como disse Paulo em sua carta aos Romanos: "...Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa de seu erro" (Romanos 1:26-27). Quando uma pessoa aceita Jesus em seu coração, por mais dissoluta que tenha sido a sua vida no passado, experimentará uma mudança profunda em toda a área de sua personalidade. "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (II Coríntios 5:17). Deus promete perdão ao pior pecador do mundo e de todos os tempos, se, porém, esse pecador se arrepender de seus pecados e confiar no sacrifício expiatório de Jesus Cristo. I Timóteo 1:15-16. Ainda o escritor diz que Deus julgará os devassos e adúlteros. Sim, Deus não pode ignorar o pecado do homem. O pecador que não aceita o pagamento de seus pecados pelo precioso sangue de Cristo, será punido rigorosamente pela justiça divina. Jesus mesmo disse esta verdade: "Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus" (João 3:18). Veja também João 3:36. Como crentes em Cristo, devemos evitar todo o tipo de imoralidade no casamento. O escritor diz que o matrimônio deve ser honrado (literalmente significa respeitado). O esposo deve respeitar a sua companheira em seus relacionamentos sexuais. Igualmente as esposas devem fazer o mesmo. Em relação a esse aspecto, a Bíblia é bem clara quando diz: "Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso (esposa) em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus..." (I Tessalonicenses 4:3-5). Creio que não se precisa de mais clareza. Paulo está dizendo que a vida sexual do casal crente deve ser pura. A passagem em foco dá a entender que até mesmo dentro do matrimônio, as paixões carnais pode dominar os cônjuges, se não tiverem o devido cuidado. A VIDA SEXUAL DO CASAL CRENTE. Primeiramente, o sexo é restrito ao relacionamento do casamento. Vivemos numa época em que tudo parece ser liberal. Em matéria de sexo, as coisas se complicam. O Diabo tem usado os diversos meios de comunicação para difundir o pecado sexual. É difícil viver hoje em dia fora da influência do sexo. Nos cartazes de paredes e muros; pelas propagandas, aparentemente ingênuas na televisão; nas ruas, onde as "mulheradas" usam roupas apelativas; e até mesmo, infelizmente, nas igrejas mais santas, o sexo é mostrado. Aquilo que foi criado para ser uma bênção se transformou numa maldição que tem levado milhões à perdição eterna. Os moços são taxados de tolos por nunca terem tido relações sexuais. Coitados dos nossos irmãos jovens que lutam pela fidelidade da pureza cristã!!! Eu bem sei o que eles sofrem por parte dos incrédulos, pois até recentemente, antes do meu casamento, eu sofria as mais impiedosas críticas dos defensores do chamado sexo livre. O Diabo se tem servido de homens e mulheres para atacar as pessoas castas. O inimigo dá a entender que todos os que não cariam em prostituição e adultério, são ingênuos, insensatos e bobos. Eu sofri esse ataque quando era jovem. Sei que a tática do Satanás continua a mesma. O nosso adversário continua implacável em seus ataques. Mas os jovens, moços e moças, podem vencê-lo pelo poder da Palavra de Deus. "Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a Tua Palavra" (Salmos 119:9). "Escondi a Tua Palavra em meu coração, para não pecar contra Ti" (Salmos 119:11). Com referência ao casal crente, a Bíblia tem lições preciosas em relação ao assunto. Paulo tinha que usar uma franqueza a respeito da questão, que não é encontrada em nenhuma outra parte das Escrituras. No capítulo sete de sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo diz, aos que sofrem tentação sexual, que a saída para não cair no pecado da prostituição ou do adultério é o casamento. Vamos ver então o que ele diz a respeito disso: "Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher o seu próprio marido" (I Coríntios 7:1-2). É importante observar que Paulo recebeu carta por parte dos Coríntios, perguntando sobre a questão da vida sexual. Paulo, respondendo, disse que seria bom se o homem não fosse casado, porém, se for para viver em adultério e prostituição, seria muito melhor que casasse. Prova evidente que o sexo está restrito aos casados e não aos solteiros. Antes de prosseguir, é bom considerar que Paulo não era contra o casamento quando diz: "...bom seria que o homem não tocasse em mulher..." (I Coríntios 7:1) As Escrituras Sagradas não pregam o celibato em nenhuma de suas porções, seja no Velho Testamento, seja no Novo Testamento. Muito menos o apóstolo Paulo seria a favor do celibato, isto é, que as pessoas não casassem. Paulo conhecia muito bem a passagem que diz: "...Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora (esposa) que lhe seja idônea" (Gênesis 2:18). Paulo mesmo explica o porquê ele queria que o homem não tocasse em mulher. Vejamos a explicação: "Acho, pois, que é bom, por causa da instante necessidade, que a pessoa fique como está" (I Coríntios 7:26). O apóstolo está falando de um período difícil que o mundo daquela época estava vivendo. Era uma época extremamente difícil na vida dos casados. Talvez o mundo de então estaria passando por uma forte recessão. Sabemos que, de acordo com os registros bíblicos, o mundo, no tempo apostólico, sofreu uma grande fome, quando Cláudio foi Imperador de Roma (Atos 11:28). Conforme a história, essa fome foi tão severa que muitos acreditavam que era punição divina. Talvez, quando Paulo diz da instante necessidade, está se referindo a este tempo de fome que assolou o mundo. Sabemos que numa época de fome e de inflação, fica extremamente difícil para um esposo cuidar de sua família, principalmente se tiver muitos filhos. Paulo, pensando nisso, estaria querendo ajudar os não casados a evitarem sofrimentos futuros. Às respostas, aos casais que vinham tendo dificuldades em seus relacionamentos sexuais, ele foi bastante enfático quando disse: "A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Coríntios 7: 4-5). Creio que a resposta dada pelo apóstolo, resolve muitos problemas que casais (principalmente os não convertidos), têm sofrido em seus relacionamentos conjugais. CADA CÔNJUGE PERTENCE AO OUTRO. No versículo quatro, Paulo explicitamente diz dos deveres sexuais de cada cônjuge. E essa verdade é declarada tão enfaticamente, que somos informados que nenhum dos dois cônjuges exerce direito sobre o seu próprio corpo, mas, antes, o corpo de cada qual pertence ao outro cônjuge. Em outras palavras, a mulher não pode negar o seu corpo ao seu marido, pois ele tem total direito de usá-lo para satisfazer suas necessidades sexuais. Igualmente, o marido não pode negar o seu corpo à esposa, pois ela também tem pleno direito de usá-lo para sua satisfação sexual. É uma questão de dívida, ou seja, o marido tem esse crédito da parte da mulher, e a mulher semelhantemente tem crédito da parte do marido. Ainda entendemos por esse versículo que o contrato matrimonial confere pleno direito de relação sexual. No versículo três, essa verdade é melhor demonstrada no ensino de Paulo. "O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher (pague} ao marido" (I Coríntios 7:3). Já fiquei sabendo de vários casamentos que foram à deriva devido a falta de entendimento neste aspecto. Quando a esposa nega o seu corpo ao seu companheiro, ela está cometendo uma das maiores loucuras em relação ao seu casamento. Ela esquece que seu "maridinho" trabalha em algum escritório, fábrica, comércio ou seja lá onde for, rodeado de mulheres bonitas, que muitas vezes tem sido uma tentação para ele. Muitos maridos têm se conservado fiéis às suas esposas, não porque são de "ferro", mas porque tem encontrado na sua amada um companheirismo e afetividade tal, que dispensa qualquer tentação externa. A mulher pode resistir galanteios por parte dos homens "malandros"; porém, o marido, como homem, é mais vulnerável aos galanteios ou charmes de uma mulher "malandra". Mas, se o marido for fiel ao Senhor, e encontrar em sua esposa uma colaboração em sua vida sexual, é impossível cair nos braços de estranhas. Contudo, não esqueçamos que por outro lado, a mulher também tem os seus pontos fracos. Se o seu marido não cumpre o seu papel em relação ao sexo; tem tratado sua companheira com aspereza, e a tem considerada como um simples objeto de seus caprichos, a esposa pode também cair nos braços de algum homem que se apresenta como alguém que "solidariza" com a situação. De maneira que aprendemos nas Escrituras Sagradas que o casamento não é somente um "conto de fadas", mas cada qual dos cônjuges tem deveres morais, espirituais e físicos para com o outro. OS PROBLEMAS RELACIONADOS AO SEXO. Biológica e emocionalmente a mulher é diferente do homem, e consequentemente tem muitos problemas que o homem não tem. O corpo da mulher é diferente do corpo do homem. Em razão disso, o marido deve entendê-la quanto ao relacionamento sexual. Devido dos muitos problemas que a mulher sofre, em razão da complexidade de seu corpo, muitas vezes ela não encontra ânimo para ter um relacionamento sexual com seu marido. Sim, ela tem seus momentos críticos em relação ao seu corpo e emoções. O marido deve entendê-la e ser solidário com ela neste aspecto. Numa ocasião desta, o marido nunca deve forçá-la. Ele deve compreender que não é "pirraça" de sua esposa. A Bíblia diz que o esposo deve viver com sua esposa com entendimento, pois ela é fraca em muitos pontos. Vamos ler sobre isso na primeira carta de Pedro: "Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra (respeito ou dignidade) à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações" (I Pedro 3:7). O que fazer quando surgirem as dificuldades sexuais? Será que deve "declarar guerra" um ao outro? Não, Paulo diz que o casal deve entrar em acordo e abster-se do sexo por algum tempo, para orar a Deus (até que o problema desapareça) e, então se ajuntarem (em ato sexual) para não cair na armadinha de Satanás. (I Coríntios 7:5). Eu entendo por meio desta passagem que muitos atritos conjugais seriam facilmente resolvidos se o casal crente buscar ajuda do Criador. Por outro lado, já presenciei muitos casamentos que estavam à beira do desastre devido ao marido não compreender sua esposa. Portanto, é até compreensível a abstinência sexual dos cônjuges, quando alguns problemas surgem e impedem um envolvimento satisfatório, Quando isso acontece, nada melhor do que um diálogo entre o casal e a oração a Deus, pedindo ajuda para solução do problema. Mas a esposa não deve cair em erros de apresentar problemas ao esposo, quando realmente não os têm, só como mero pretexto para não servi-lo. Pois, além de estar pecando contra o marido, também está pecando contra Deus. Deve haver cooperação mútua entre ambos. Ou seja, o marido deve compreender sua esposa, mas também, a esposa tem por obrigação compreender seu marido. Deve haver reciprocidade entre ambos. Eis aqui mais um conselho da Bíblia: "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor" (Efésios 5:22). "Vós, maridos, amai a vossas esposas, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Efésios 5:25). Se a ordem acima for obedecida à risca, o casamento pode ser um sucesso na vida dos cônjuges.

REFUTANDO AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ PARTE 1


(Gênesis 1:1,2 )No princípio criou Deus os céus e a terra. Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia; e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força ativa de Deus movia‑se por cima da superfície das águas. (Tradução do Novo Mundo)

 As testemunhas de Jeová usam este versículo para atacar a fé cristã na questão da personalidade do Espírito Santo. A maioria das traduções do versículo 2 dizem que "o Espírito de Deus pairava sobre as águas". Mas a sociedade Torre de Vigia tem ensinado a seus seguidores que o Espírito Santo é meramente uma força impessoal a serviço de Deus. Para provar isto a seus ouvintes as testemunhas de Jeová citam este versículo segundo a Tradução do Novo Mundo. Esta é uma situação na qual uma testemunha de Jeová não precisa distorcer as Escrituras para encaixar as doutrinas que aprendeu. O versículo vem pré‑distorcido em sua própria Tradução do Novo Mundo. (Veja o capítulo 2.) Em outros textos, a tradução da Torre de Vigia fala do "espírito santo", escrito em minúsculas. Para responder à alegação da testemunha de Jeová de que o Espírito Santo é uma mera força impessoal, enfatize que a Bíblia repetidamente se refere ao Espírito Santo como tendo atributos .. 22 .. pessoais. Por exemplo, mesmo a Tradução do Novo Mundo revela que o Espírito Santo fala (At. 13:2), dá testemunho (João 15:26), fala as coisas que ouve (João 16:13), sente‑se magoado (Is. 63:10) e assim por diante. Para mais considerações sobre o Espírito, veja: João 16:13; Atos 5:3,4; Romanos 8:26,27; 1 Coríntios 6:19; e o Índice de Assuntos. Gênesis 9:4 Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis (Imprensa Bíblica Braseira). Este versículo é o primeiro de muitos versículos das Escrituras que as testemunhas de Jeová usam para advogar a proibição feita a transfusões de sangue. A organização ensina que a transfusão de sangue é o mesmo que comer sangue, porque assemelha‑se à alimentação intravenosa. De acordo com isso a sociedade Torre de Vigia proíbe transfusões de sangue para os seus seguidores. Uma testemunha de Jeová que aceite transfusão de sangue pode aguardar uma intimação para comparecer perante um Comitê Judicial para ser julgada, a portas fechadas, pela violação "da lei de Deus". A punição, se a pessoa for considerada culpada, é a "desassociação", por meio da qual o indivíduo é evitado pela própria família e amigos, que são proibidos até mesmo de cumprimentar o ofensor. As testemunhas de Jeová são muito radicais neste assunto. Elas preferem morrer a aceitar uma transfusão para repor o sangue perdido em uma operação ou acidente. E fazem o mesmo com respeito a seus filhos menores. A maioria das testemunhas de Jeová carrega uma plaqueta em suas bolsas ou no pulso, afirmando a sua recusa em receber sangue e instruindo o pessoal médico de emergência a não administrar uma transfusão de sangue se a testemunha de Jeová estiver inconsciente. Esta plaqueta é um documento legal, assinado pela testemunha de Jeová que a carrega e por duas outras pessoas. As testemunhas de Jeová reconhecem que a sua é a única religião que se posiciona contra a transfusão de sangue, embora não ocorra a elas que este fato é, em si mesmo, a demonstração que a sua .. 23 .. doutrina não se baseia realmente na Bíblia. Ninguém mais, que tenta seguir a Bíblia como um guia para sua vida, proíbe a transfusão de sangue ‑ e mesmo a sociedade Torre de Vigia não havia promulgado esta doutrina até 1944. A maioria das testemunhas de Jeová ignora que a sua liderança, no passado, introduziu outras proibições médicas, mudando de idéia mais tarde. Em 1967, por exemplo, eles proibiram o transplante de órgãos. Os seguidores deveriam preferir a cegueira a aceitar um transplante de córnea, ou morrer a se submeter a um transplante de rim. Mas, depois, em 1980, os líderes reverteram este ensinamento permitindo os transplantes novamente (A Sentinela 15/11/67, p. 702‑704; Despertai! 08/06/68, p. 21; e A Sentinela 15/03/80, p.31, edições norte‑americanas). Além disso, entre os anos 1931 e 1952 as testemunhas de Jeová recusaram aceitar a vacinação para si mesmas e para seus filhos porque a organização ensinava que: "A vacinação é uma violação direta da aliança eterna estabelecida por Deus..." (The Golden Age, 04/ 02/31, p.293). Embora as testemunhas de Jeová tentem citar as Escrituras para apoiar a sua posição contra a transfusão de sangue, a razão real desta posição é a obediência cega à Sociedade Torre de Vigia. Se a organização suspender esta proibição amanhã, as testemunhas de Jeová aceitarão livremente as transfusões, da mesma forma que fizeram vista grossa quando foi liberada a vacinação em 1952 e permitido o transplante de órgão em 1980. (Veja também os comentários sobre Levítico 7: 26,27 e Atos 12:28,29.) Gênesis 18:1,2 Yahweh lhe apareceu . ...Tendo levantado os olhos, eis que viu três homens de pé... (A Bíblia de Jerusalém). As testemunhas de Jeová acreditam que é impossível para o único Deus verdadeiro existir como três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Mas a Bíblia, em Gênesis 18 e 19, mostra Deus aparecendo a Abraão como três homens. Esta narração pode ser usada para ajudar as testemunhas de Jeová a ver que mesmo o .. 24 .. impossível (do ponto de vista humano) é possível para Deus. Discuta isto com elas como sugerimos aqui: Na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas da So-ciedade Torre de Vigia, em Gênesis 18:1,2, Deus aparece a Abraão como três homens (os anjos). Abraão se dirige a eles como "Jeová" (v. 3). Quando os três homens respondem, o episódio é descrito alternativamente como "eles" falando (v. 9) e "Jeová" falando (v.13). Quando dois dos três homens se despedem para visitar Ló em Sodoma, Abraão continua a chamar aquele que permaneceu de "Jeová", mas Ló se dirige aos outros dois como "Jeová" (Gên. 18:22‑28, 19:1‑18). Por si mesma, esta consideração não prova a doutrina da Trindade. Mas, pelo menos, demonstra que é possível para Deus se manifestar como três‑em‑um. O fato de que este conceito está além do alcance total do intelecto humano não deve fazer com que as testemunhas de Jeová o anulem. Como escreveu o apóstolo Paulo "... agora só podemos ver e compreender um pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando seu reflexo num espelho muito ruim; mas o dia chegará quando o veremos integralmente, face a face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois verei tudo com clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo o interior do meu coração" (I Cor. 13:12, Novo Testamento Vivo). A argumentação acima pode ajudar a testemunha de Jeová a reconsiderar o conceito de um único Deus em três pessoas. (Veja também Isaías 9:6; João 1:1, 16:13; 1 Coríntios 6:19, 8:6; Colossenses 2:9;e Apocalipse 1:7,8.) Gênesis 40:20‑22 Ao terceiro dia, o dia natalício de Faraó, que este deu um banquete a todos os seus servos. ...Mas ao padeiro‑mor enforcou... A Sociedade Torre de Vigia proibiu a celebração de aniversários entre seus membros, usando Gênesis 40:20‑22 como um ponto -chave de sua "base bíblica" para esta determinação. Sua idéia é que a palavra aniversário aparece na Bíblia apenas em referência .. 25 .. a Faraó do Egito (como mencionado acima) e ao rei Herodes da Galiléia (Mat. 14:6 e Mar. 6:21). Ambos eram pagãos e decretaram a morte de alguém em conexão com as celebrações. Já que nenhum homem de fé foi mencionado na Bíblia como tendo celebrado seu aniversário, mas apenas homens iníquos, as testemunhas de Jeová dos nossos dias não devem ter permissão para celebrar aniversários ‑ esta é a argumentação usada pela Torre de Vigia. Vale a pena notar que, como em outros ensinamentos, não se deixa que uma testemunha de Jeová leia individualmente a Bíblia e chegue a esta conclusão. Ao invés disso, a liderança da seita promulga esta interpretação oficial e usa procedimentos discipli-nares para impor essa política a todas as testemunhas de Jeová. Por exemplo, um ancião das testemunhas de Jeová de nosso relacionamento em Massachusetts, Estados Unidos, decidiu enviar um cartão de aniversário ao seu filho (que não era testemunha de Jeová), mas a sua esposa relatou o fato aos anciãos locais. Eles, então, o intimaram a comparecer perante um Comitê Judicial a portas fechadas e o submeteram a julgamento por sua ofensa. Este senhor, de 70 anos de idade, os desafiou a mostrarem‑lhe um versículo bíblico que proibisse o envio de cartões de aniversário. Mas o Comitê prosseguiu com o julgamento e o desassociou baseando‑se nas leis da Sociedade Torre de Vigia. Agora, os seus parentes que são testemunhas de Jeová se recusam a recebê-lo em suas casas e as testemunhas de Jeová que o encontram na rua se desviam dele, sem nem mesmo cumprimentá-lo. Ao refutar a assim chamada base bíblica das Testemunhas de Jeová para proibir a celebração de aniversários, você pode destacar que Faraó e o rei Herodes eram juízes arbitrários e homens violentos; tais monarcas eram acostumados a executar as pessoas em qualquer ocasião e não apenas durante a celebração de seus aniversários. Além disso, uma pessoa que envia um cartão de aniversário, ou pais que fazem um bolo com velas para uma festa infantil dificilmente podem ser acusados de seguir o exemplo daqueles homens assassinos. Embora a expressão aniversário natalício, propriamente dita, apareça apenas em conexão com Faraó e Herodes na maioria .. 26 .. das traduções, a Bíblia contém referência a tais celebrações em famílias devotas a Deus: Em Jó 1:4, se diz do patriarca da família: "E seus filhos foram e realizaram um banquete na casa de cada um deles no seu próprio dia; e mandavam convidar as suas três irmãs para comerem e beberem com eles" (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, grifo acrescentado). Este "seu próprio dia" refere‑se ao aniversário de cada um, o que se torna claro quando lemos mais adiante: "Foi depois disso que Jó abriu a boca e começou a invocar o mal sobre o seu dia. Jó respondeu então e disse: pereça o dia em que vim a nascer..." (Jó 3:1‑3, Tradução do Novo Mundo, grifo acrescentado). A paráfrase feita pela Bíblia Viva de Jó 1:4,5, expressa esta idéia: "A cada ano, quando os filhos de Jó faziam aniversário, eles convidavam seus irmãos e irmãs para a celebração em suas casas. Nestas ocasiões, eles comiam e bebiam com grande alegria. Quando essas festas de aniversário terminaram..." (Tradução livre). Até mesmo a tradução da Torre de Vigia revela que o nascimento de João Batista foi celebrado, quando registra sua anunciação feita por um anjo: "E terás alegria e grande regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento" (Luc. 1:14, Tradução do Novo Mundo). Se o nascimento de João Batista foi uma ocasião de regozijo e se os filhos do fiel Jó celebravam seus aniversários, o fato de que Faraó e Herodes também celebraram seus aniversários não pode ser logicamente usado como base para proibir festas de aniversário entre aqueles que crêem na Bíblia hoje.

Maçonaria: Duas Organizações, Uma Visível, Outra Invisível


Descrição da Organização da Maçonaria Ouçamos o autor maçom Manly P. Hall descrever essa organização bidimensional que é a Maçonaria.
A Maçonaria é formada de duas organizações distintamente diferentes, uma visível, e a outra invisível. Hall descreve essa organização de dois níveis: [Hall foi honrado pelo The Scottish Rite Journal, que o chamou de "O Ilustre Manly P. Hall', em setembro de 1990, e também de 'O Maior Filósofo da Maçonaria', dizendo, "O mundo é um lugar muito melhor por causa de Manly P. Hall, e somos melhores pessoas for termos conhecido a ele e a sua obra"]. Isto foi o que Manly P. Hall escreveu: "A Maçonaria é uma fraternidade dentro de uma fraternidade - uma organização exterior que esconde uma irmandade interior dos eleitos.... é necessário estabelecer a existência dessas duas ordens separadas, porém independentes, a visível e a outra invisível. A sociedade visível é uma esplêndida camaradagem de homens 'livres e aceitos' que reunem-se para dedicarem seu tempo às atividades éticas, educacionais, fraternais, patrióticas e humanitárias. A sociedade invisível é uma fraternidade secreta e augustíssima [de majestosa dignidade e grandiosidade], cujos membros dedicam-se ao serviço dos arcanos [segredos, mistérios]." [Lectures on Ancient Philosophy, Manly P. Hall, pg 433] Muitos homens bem intencionados são membros dessa sociedade visível sem saberem absolutamente nada da sociedade invisível. Na verdade, Albert Pike, um dos mais importantes autores maçons, teve algumas coisas a dizer sobre os irmãos da sociedade visível: "A Maçonaria, como todas as religiões, todos os mistérios, o Hermetismo, e a Alquimia, esconde seus segredos de todos, exceto dos adeptos e sábios, ou eleitos, e usa falsas explicações e falsas interpretações sobre seus símbolos para enganar aqueles que merecem somente ser enganados; para esconder a verdade, que chama de Luz, e afastá-los dela." [Morals and Dogma (leia a resenha), pg 104-5, Terceiro Grau]. Pike diz que a Maçonaria é uma religião, da ordem dos mistérios satânicos, da mesma categoria que a Filosofia Hermética e a Alquimia! A Maçonaria esconde seus segredos dos irmãos que estão na sociedade visível exterior, independente do grau deles; somente os eleitos na sociedade invisível interna é que conhecem a verdade. Os pobres irmãos na sociedade visível recebem uma dieta de "falsas explicações e falsas interpretações" de seus símbolos" - Por que razão? Esses pobres homens na sociedade visível "merecem somente ser enganados". Se, no início de sua participação na Maçonaria, um homem demonstra venerar Jesus Cristo, ele será imediatamente colocado na sociedade visível e nunca aprenderá a verdade. Nunca será considerado um adepto, ou um sábio, ou um dos eleitos, pois esses termos são reservados somente para os membros da sociedade invisível. Ele será um daqueles que aprendem mentiras sobre as doutrinas da Maçonaria e que deliberadamente, recebem falsas explicações sobre seus símbolos, para que simplesmente PENSEM que conhecem a verdade. Em seguida, Pike completa suas instruções sobre o engano intencional dos membros da sociedade visível, dizendo, "Portanto, a Maçonaria zelosamente esconde seus segredos e leva os intérpretes presunçosos ao erro." [Ibidem, pg 105] Os membros da sociedade visível são chamados de ´massas' e constituem 95% de toda a Maçonaria. Ouça o que Albert Pike diz sobre a verdade da organização para as 'massas': "Um Espírito que ama a sabedoria e contempla a Verdade que está por perto, é forçado a disfarçar-se, para induzir as multidões a aceitá-la.... O povo precisa de ficções, e a Verdade torna-e mortal para aqueles que não são fortes o suficiente para contemplá-la em todo seu fulgor." [Morals and Dogma, pg 103 Terceiro Grau, ênfase adicionada] Se uma pessoa não é capaz de aceitar a verdade que o núcleo interno e invísível da Maçonaria realmente adora e serve a Satanás, então essa verdade se tornaria "mortal" para ela. Portanto, "as ficções são necessárias" para que os maçons visíveis não fiquem tão desnorteados que deixem a Maçonaria e exponham seus segredos internos. Há um pequeno parágrafo que define correta e concisamente o coração e a alma da fraternidade invisível da Maçonaria. Vejamos mais uma citação de Manly P. Hall: "Quando o maçom aprende que o segredo para o guerreiro é a correta aplicação do dínamo do poder da vida, ele aprendeu o mistério de sua Arte. As energias ardentes de Lúcifer estão em suas mãos e antes que ele possa avançar para a frente e para cima, precisa provar sua capacidade de aplicar corretamente a energia." [The Lost Key to Freemasonry, Manly P. Hall, publicado pela Macoy Publishing and Masonic Supply Company, Richmond, Virgínia, 1976, ênfase adicionada] O Scottish Rite Journal, elogiou Manly P. Hall em 1990, como "O Maior Filósofo da Maçonaria". Um maçom de Grau 32 escreveu-me dizendo que ele nunca tinha ouvido falar de Manly P. Hall; porém você pode ver que o livro dele foi publicado pela editora Macoy Publishing. A única razão porque esse maçom de grau elevado nunca tinha ouvido falar de Manly P. Hall é que Hall é um líder da Fraternidade Invisível, enquanto esse maçom que me escreveu participava da Fraternidade Visível! Esta é a Maçonaria invisível, sobre a qual você foi mantido na ignorância durante todo este tempo! Para verificar melhor esse fato, encorajo-o a ir ao site da editora e distribuidora de livros da Maçonaria invisível, Kessinger´s Freemasonry and Occult Publishing; essa editora publica todos os livros maçônicos antigos da sociedade invisível e que eram muito secretos no passado. O endereço na Internet é http://www.kessingerpub.com/. Verifique os assuntos listados na parte inferior da página inicial, observando os temas extremamente satânicos e anticristãos que formam a Fraternidade Invisível! Listamos alguns desses assuntos a seguir, conforme o site da editora Kessinger os relaciona, mas introduzindo nossos comentários: Adivinhação [proibida na Bíblia]; Adoração da Natureza [a adoração ao sol é a adoração mais básica na Maçonaria invisível]; Adoração à Serpente [a Maçonaria não apenas é uma religião, como também adora a Serpente, na verdade, o próprio Satanás]; Alquimia; Astrologia [proibida na Bíblia]; Auto-Sugestão; Religiões Antigas; Babilônia; Blavatsky, Helena P. [uma das mais satânicas praticantes de magia negra de todos os tempos, autora de livros da Sociedade Teosófica; seus ensinos foram estudados por Adolf Hitler e forneceram a base para o holocausto judaico]; Budismo; Cabala [reinterpretação satânica do Antigo Testamento]; Caldeus [os mistérios babilônios e caldeus foram aniquilados por Deus por causa do severo satanismo; os mistérios de babilônia também são condenados no livro do Apocalipse]; Carma [doutrina satânica baseada na Reencarnação]; Clarividência [totalmente satânica e proibida na Bíblia]; Consciência do Amor e do Sexo [completamente satânica]; Consciência Cósmica [satânica]; Cores e Sons [criticamente importante no satanismo]; Corpo Astral [prática satânica]; Cristianismo Esotérico [redefinição das doutrinas cristãs]; Druidismo e Celtas [elevaram os sacrifícios humanos aos mais alto níveis]; Doutrinas Orientais; Evolução [e você achava que a Maçonaria era compatível com o verdadeiro cristanismo]; Falicismo [adoração do membro sexual masculino ereto!]; Física Transcendental; Geomancia e Gematria [satânica]; Gnosticismo [o apóstolo Paulo combateu essa doutrina em suas epístolas]; Hermetismo; Hipnotismo; Interpretação pela Bola de Cristal [proibida na Bíblia]; Islã; Leitura da Sorte [proibida na Bíblia]; Leitura de Cartas; Misticismo Cristão [este é o "cristianismo" da Maçonaria, onde todas as doutrinas são reinterpretadas]; Magia [proibida na Bíblia]; Quiromancia [adivinhação satânica por meio da leitura das mãos]; Reencarnação; Sociedade Rosa-Cruz [totalmente satânica]; Santo Graal [alegoria satânica para preparar o Anticristo]; Tarô [adivinhação proibida na Bíblia]; Telepatia [comunicação satânica sem o uso de linguagem audível]; Zoroastrismo [seita satânica destruída por Deus no Antigo Testamento]. Aqui está é o coração e a alma da fraternidade interna e invisível. A parte absolutamente mais negra desse coração é o falicismo, a adoração do órgão sexual masculino ereto. O obelisco é o principal símbolo dessa adoração, e é a razão por que vemos obeliscos por toda a parte associados com a Maçonaria! Já é hora de deixar de ser enganado, você não acha? Veja o que Albert Pike disse a respeito dos obeliscos: "Daí a importância do falo, ou de seu substituto inofensivo, o obelisco, erguido como um emblema da ressurreição pelo túmulo da Deidade enterrada...." [Moral and Dogma, pg 393] Agora, você sabe qual é a explicação para os obeliscos nos túmulos dos maçons, pois é "um emblema da ressurreição da Deidade enterrada"; o maçom que faz parte da sociedade invisível acredita que está se transformando em um deus ao longo de sua vida, de modo que o obelisco em seu túmulo é simplesmente a manifestação visível dessa crença. Os obeliscos foram criados originalmente pelos Mistérios Egípcios, e são mencionados na Bíblia. Veja: "...o rei Jeú disse aos guardas e aos capitães: Entrai, feri-os, que nenhum escape. Feriram-nos ao fio da espada; e os da guarda e os capitães os lançaram fora e penetraram no mais interior da casa de Baal, e tiraram as colunas que estavam na casa de Baal, e as queimaram. Também quebraram a própria coluna de Baal, e derrubaram a casa de Baal, e a transformaram em latrinas até o dia de hoje. Assim exterminou Jeú de Israel a Baal." [2 Reis 10:25-28] O Deus Todo-Poderoso ordenou que os obeliscos satânicos fossem queimados, mas somente após o rei Jeú executar os adoradores do obelisco, também conhecidos como adoradores de Baal. Assim, a Maçonaria invisível dedica-se à adoração aos obeliscos, que foi punida por Deus com a pena de morte. Tenha isso em mente na próxima vez que você contemplar o obelisco no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ou qualquer outro, como na cidade de Washington, ou na Praça de São Pedro, em Roma! Finalmente, a adoração à serpente leva diretamente ao Inferno, pois Satanás é quem está por trás dessa forma de adoração. Esa é a fraternidade invisível da Maçonaria e aposto que você nunca soube que ela existia. Agora que você sabe tudo isso, encorajo-o a ler os artigos da The Cutting Edge nesta categoria no site A Espada do Espírito, entendendo que eles tratam da organização interna invisível. Lembre-se disto: não queremos ficar batendo boca com ninguém, este site não tem salas de bate-papo, nem estou tentando ganhá-lo para o nosso lado. Sua alma preciosa é que está em jogo aqui; você está participando na mais maligna e enganosa organização que existe no mundo. Sua participação na fraternidade visível dá aos demônios o direito legal de afligi-lo, e causar grandes sofrimentos e tristezas, mesmo que você seja totalmente ignorante a respeito da fraternidade interna. Sua alma eterna está em jogo; separe um tempo para ler nossos artigos com a maior atenção e tendo seus 'olhos espirituais' abertos.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

ESTÁ CONSUMADO!

 “Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” — João 19:30. Quão terrivelmente estas benditas palavras de Cristo têm sido mal-entendidas, mal-apropriadas e mal-aplicadas! Quantos parecem pensar que, sobre a cruz, o Senhor realizou uma obra que torna desnecessário que os beneficiários dela viva vidas santas sobre a terra. Muitos têm sido enganados com o pensamento de que, até onde diz respeito o se alcançar o céu, não importa como eles andem, desde que eles estejam “descansando sobre a obra consumada de Cristo”. Eles podem ser infrutíferos, desonestos, desobedientes, todavia, conquanto que eles repudiem toda justiça própria e tenham fé em Cristo, eles imaginam que estão “eternamente seguros”. Ao redor de todos nós há pessoas que são mundanas, amantes do dinheiro, buscadores-do-prazer, quebradores do Dia do Senhor, mas que pensam que tudo está bem com elas, pois “aceitaram a Cristo como seu Salvador pessoal”. Em sua aspiração, conversação e recreação, não há praticamente nada que os diferencie daqueles que não fazem nenhuma profissão de fé. Nem em sua vida familiar ou social há algo, exceto pretensões vazias, para distingui-los dos outros. O temor de Deus não está sobre eles, os mandamentos de Deus não têm autoridade sobre eles, a santidade de Deus não os atrai. “Está consumado”. Quão solene é perceber que estas palavras de Cristo devem ter sido usadas para tranqüilizar milhares com uma falsa paz. Todavia, tal é o caso. Nós temos tido contato próximo com pessoas que não têm nenhuma vida de oração privada, que são egoístas, cobiçosas, desonestas, mas que supõem que um Deus misericordioso fará vistas grossas para tais coisas, desde que eles tenham alguma vez colocado sua confiança no Senhor Jesus. Que horrível perversão da verdade! Que transformação da graça de Deus “em libertinagem”! (Judas 4). Sim, aqueles que agora vivem as vidas mais egoístas e agradáveis à carne, falam sobre sua fé no sangue do Cordeiro, e supõem que estão salvos. Como o diabo os tem enganado! “Está consumado”. Estas benditas palavras significam que Cristo satisfez de tal forma o requerimento da santidade de Deus, que mais nenhuma santidade tem qualquer reivindicação real e premente sobre nós? Deus não o permita pensarmos tal! Até mesmo para o redimido Deus diz: “Sede santos, assim como Eu sou Santo” (1 Pedro 1:6). Cristo “magnificou a lei e a fez honrosa” (Isaías 42:21), para que pudéssemos ficar sem lei? Ele “cumpriu toda justiça” (Mateus 3:15) para comprar para nós uma isenção de amar a Deus com todo o nosso coração e servi-Lo com todas as nossas faculdades? Cristo morreu para assegurar uma divina indulgência, para que pudéssemos viver para agradar a nós mesmos? Muitos parecem pensar assim. Não, o Senhor Jesus deixou ao Seu povo um exemplo para que eles pudessem “seguir (não ignorar) os Seus passos”. “Está consumado”. O que está “consumado”? A necessidade dos pecadores se arrependerem? Deveras não. A necessidade de se voltar dos ídolos para Deus? Deveras não. A necessidade de mortificar os meus membros que estão sobre a terra? Deveras não. A necessidade de ser santificado completamente, no espírito, alma e corpo? Deveras não. Cristo não morreu para fazer minha tristeza, meu ódio e o meu empenho contra o pecado desnecessários. Cristo não morreu para me absolver de todas as minhas responsabilidades diante de Deus. Cristo não morreu para que eu pudesse continuar retendo a amizade e comunhão do mundo. Quão extremamente estranho é que alguém possa pensar que Ele tenha feito isso. Todavia, as ações de muitos mostram que esta é a sua idéia. “Está consumado”. O que está “consumado”? Os tipos sacrificiais foram consumados, as profecias de Seus sofrimentos foram cumpridas, a obra dada a Ele pelo Pai foi perfeitamente realizada, um fundamento certo foi posto, no qual um Deus justo pode perdoar o mais vil transgressor da lei que jogou as armas de sua guerra contra Ele. Cristo já realizou tudo o que era necessário para que o Espírito Santo viesse e operasse nos corações do Seu povo; convencendo-lhes de sua rebelião, destruindo sua inimizade contra Deus, e produzindo neles um coração amoroso e obediente. Oh, querido leitor, não cometa engano neste ponto. A “obra consumada de Cristo” não lhe beneficia em nada, se o seu coração nunca foi quebrantado através de uma consciência agonizante de sua pecaminosidade. A “obra consumada de Cristo” não lhe beneficia em nada, a menos que você tenha sido salvo do poder e da poluição do pecado (Mateus 1:21). Ela não lhe beneficia em nada, se você ainda ama o mundo (1 João 2:15). Ela não lhe beneficia em nada, a menos que você seja uma “nova criatura” nEle (2 Coríntios 5:17). Se você valoriza sua alma, examine as Escrituras para ver por si mesmo; não tome nenhuma palavra de homem no lugar disso. apologetica.perguntas@hotmail.com

A DINVINDADE DE CRISTO

Nós cremos que o Senhor Jesus Cristo, como a segunda Pessoa da Deidade Triuna, é Deus, sempre foi Deus, e sempre será Deus. A Bíblia declara explicitamente que Jesus é Deus (Isaías 9:6; Mateus 1:23; João 1:1; 20:28; Atos 20:28; Romanos 9:5; Filipenses 2:6; I Timóteo 3:16; Tito 2:13; Hebreus 1:8; I João 5:20). Em nossa opinião, não é mera coincidência que a maioria das traduções modernas das Sagradas Escrituras (e.g., the RSV, NASV e NIV) mudaram ou lançaram uma dúvida desnecessária sobre muitos desses versos-chaves da Bíblia. Os religiosos liberais não crêem na divindade eterna ou na deidade eterna do Senhor Jesus Cristo. Pelo contrário, eles O consideram simplesmente como um homem, um religioso devoto, através de quem Deus operou de uma forma única, como um grande professor ou profeta, como um mártir totalmente comprometido, ou como um modelo que foi colocado diante do resto da raça humana em Seu desenvolvimento evolucionário. Embora estes liberais estejam dispostos a “tirar o chapéu” para Jesus, eles não estão tão disposto a se encurvarem diante dEle e adorá-Lo como o Deus Todo-Poderoso. Ernest Pickering faz uma advertência oportuna aos cristãos que vivem durante esta era laodiceiana de apostasia, quando escreve: “Até tempos recentes, quase todos os cristãos ortodoxos sustentavam a doutrina da divindade de Cristo. Desafortunadamente, a igreja experimentou dias maus e agora, muitos púlpitos estão ocupados por homens que negam esta verdade bíblica tão importante e básica. Líderes religiosos não tomam mais seriamente a evidência bíblica da divindade de Cristo. Alguns pregadores e professores incrédulos, contudo, nem sempre se expressam tão claramente como outros. Eles preferem falar de maneira dúbia. Alguns pregadores modernos liberais declaram que eles crêem que Jesus Cristo é Deus; mas, se você entender sua linguagem, perceberá que eles não querem dizer o que a Bíblia diz. Os cristãos precisam desenvolver um discernimento espiritual agudo, para que eles não sejam enganados por qualquer um que reivindique crer na divindade de Jesus Cristo”. Os religiosos liberais crêem num outro Jesus, e não naquele Jesus revelado na Santa Escritura (João 8:23-24; II Coríntios 11:3-4; Gálatas 1:6-9; I João 4:1-3; II João 7-11) . O Jesus no qual eles crêem nunca existiu na história humana, mas é o produto de suas imaginações ímpias e uma invenção de suas mentes e corações depravados. Os religiosos liberais não podem ser considerados cristãos no sentido bíblico da palavra. Os verdadeiros cristãos crêem no Jesus da Bíblia apologetica.perguntas@hotmail.com

A CRIAÇÃO

 Este artigo é uma tentativa de esclarecer o conteúdo de uma cosmovisão bíblica e sua importância para nossas vidas, à medida que procuramos ser obedientes às Escrituras. As idéias que constituem esta cosmovisão não se originaram comigo. Elas vieram de uma longa tradição de reflexão Cristã sobre as Escrituras e nossa perspectiva total do mundo, uma tradição enraizada nas próprias Escritu-ras. Ela teve como alguns de seus representantes mais proeminentes os Pais da Igreja Irineu e Agos-tinho, e os Reformadores Tyndale e Calvino. Esta cosmovisão escriturística mencionada é às vezes chamada de "reformacional" após a Reforma Protestante, que descobriu novamente o ensino bíblico concernente à profundidade e escopo do pe-cado e da redenção. O desejo de viver pelas Escrituras somente, antes do que pelas Escrituras ao lado da tradição, é uma marca dos Reformadores. Nós seguimos seu caminho nesta ênfase bem como em querer uma reforma progressiva, em querer ser reformados pelas Escrituras continuamente (ver Atos 17:11; Romanos 12:2), antes do que viver por tradições não examinadas. A reflexão reformacional na cosmovisão tem ocupado distintas formas à medida que tem se movido no século vinte, algo que pode ser visto especialmente na obra de líderes holandeses como Abraham Kuyper, Herman Bavinck, Herman Dooyeweerd e D. H. T. Vollenhoven. Suas contribuições a uma compreensão mais profunda e articulada da cosmovisão bíblica vieram através da teologia, filosofia e outras disciplinas acadêmicas, e especialmente através da ação cultural e social que surgiram de um profundo desejo de serem obedientes às Escrituras em todas as áreas da vida e do serviço. O termo cosmovisão [worldview] veio da língua Inglesa como uma tradução da palavra alemã Wel-tanschauung [percepção (de mundo), ponto-de-vista, concepção (de mundo), cosmovisão]. Este termo tem a vantagem de ser claramente distinto de "filosofia" (ao menos no uso alemão) e de ser menos enfadonho do que a frase "visão do mundo e da vida", que foi preferida pelos neo-Calvinistas alemães (provavelmente seguindo um uso feito popular pelo filósofo Alemão [Wilhem] Dilthey). Um sinônimo aceitável é "perspectiva de vida" ou "visão confessional". Nós podemos também falar mais vagamente sobre o conjunto dos "princípios" ou "ideais" de uma pessoa. Um marxista chamá-lo-ia de uma "ideologia"; a classificação mais prevalecente nas ciências sociais hoje provavelmente é "sistema de valores". Estes termos são menos que aceitáveis porque os pró-prios termos possuem conotações de determinismo e relativismo que revelam uma cosmovisão ina-ceitável. Para nossas finalidades, cosmovisão será definida como "a estrutura abrangente das crenças básicas de alguém sobre coisas". Façamos um exame mais minucioso dos elementos desta definição. Primeiramente, "coisas" é um termo deliberadamente vago que se refere a qualquer coisa sobre a qual seja possível ter uma crença. Eu estou tomando-o no sentido mais geral que se possa imaginar, como abrangendo o mundo, a vida humana em geral, o significado do sofrimento, o valor da educa-ção, o social, a moralidade e a importância da família. Neste sentido pode-se dizer que até Deus está incluído entre as "coisas" sobre as quais temos crenças básicas. Segundo, uma cosmovisão é uma matéria das crenças de determinada pessoa. As crenças são dife-rentes dos sentimentos ou opiniões porque elas possuem uma "reivindicação cognitiva" - isto é, uma reivindicação a algum tipo de conhecimento. Eu posso dizer, por exemplo, que eu "creio" que a educação é o caminho para a felicidade humana. Isto significa que estou afirmando algo sobre o estado das coisas, o que o caso é. Estou querendo defender aquilo em que creio com argumentos. Os sentimentos não colocam reivindicação ao conhecimento, nem podem ser argumentados. Crenças não são opiniões, tampouco hipóteses. Para ser exato, nós às vezes usamos a palavra crer com aquele tipo de sentido enfraquecido ("Eu creio que Johnny chegará esta noite novamente tarde em casa"), mas eu estou usando aqui a palavra no sentido de "credo", uma crença comprometida, algo que estou disposto não somente a argumentar, mas também a defender ou promover com o gasto de dinheiro ou a paciência em meio ao sofrimento. Por exemplo, pode ser minha crença que a liberdade de expressão seja um direito inalienável na sociedade humana, ou que ninguém possa impor a sua religião a alguma outra pessoa. Sustentar uma crença pode exigir um sacrifício de mi-nha parte, ou a tolerância ao desprezo ou abuso se ela é uma crença dita não-popular ou não-ortodoxa, que os presídios devem castigar bem como reabilitar, ou que a livre iniciativa é o flagelo de nossa sociedade. Todas estas crenças são exemplos do que entra em uma cosmovisão. Tem a ver com as convicções de uma pessoa. Terceiro, é importante notar que as cosmovisões têm a ver com crenças básicas sobre coisas. Elas têm a ver com questões fundamentais com as quais somos confrontados; elas envolvem assuntos de princípio geral. Eu posso dizer que eu tenho uma crença segura de que os Yankees venceram o World Series de 1956, seguro a ponto de estar disposto a fazer uma grande aposta sobre isto, mas este tipo de crença não é o tipo que constitui uma cosmovisão. É diferente no caso de assuntos pro-fundos morais: A violência pode alguma vez ser justa? Há normas constantes para a vida humana? Existe um motivo para o sofrimento? Nós sobrevivemos à morte? Finalmente, as crenças básicas que uma determinada pessoa sustenta sobre coisas tendem a formar uma estrutura ou padrão; elas se unem de um certo modo. Eis a razão por que os humanistas freqüentemente falam de um "sistema de valores". Todos nós reconhecemos, em algum grau pelo me-nos, que devemos ser consistentes em nossas visões, se quisermos tomá-las com seriedade. Nós não adotamos uma posição arbitrária de crenças básicas que não possuam coerência ou não pareçam consistentes. Certas crenças básicas se chocam com outras. Por exemplo, a crença no matrimônio como uma ordenança de Deus não se comporta com a idéia de divórcio fácil. Uma convicção que filmes e teatros são essencialmente "divertimentos mundanos" não é muito consoante com o ideal de uma reforma cristã das artes. Uma crença otimista no progresso histórico é difícil de se harmoni-zar com a crença na depravação do homem. Isto não é dizer que cosmovisões nunca ou sejam internamente inconsistentes - muitas são (de fato, uma inconsistência pode ser uma das coisas mais interessantes sobre uma cosmovisão) - mas conti-nua sendo verdade que a característica mais significativa da cosmovisão é sua tendência voltada para o padrão e coerência; até suas inconsistências tendem a cair em padrões claramente reconhecí-veis. Além disso, a maioria das pessoas não admite uma inconsistência em sua própria cosmovisão, mesmo quando esta é muito óbvia a muitos outros. Tem sido assumido em nossa discussão até aqui que todos possuem uma cosmovisão de algum tipo. É este o caso, na realidade? Certamente é verdade que a maioria das pessoas não possui uma respos-ta se elas forem inquiridas de qual é sua cosmovisão, e os assuntos piorariam se eles fossem inquiri-dos sobre a estrutura de suas crenças básicas sobre as coisas. Contudo, suas crenças básicas emer-gem suficientemente depressa quando eles são enfrentados com questões práticas que se levantam, assuntos políticos atuais ou convicções que se confrontam com as suas. Como eles reagem ao servi-ço militar obrigatório, por exemplo? Qual é sua resposta ao evangelismo ou à contracultura, ao pa-cifismo ou comunismo? Que palavras de condolências podem oferecer ao lado da tumba? Quem eles responsabilizam pela inflação? Qual é a visão deles sobre aborto, pena de morte, disciplina na educação de crianças, homossexualidade, segregação racial, inseminação artificial, censura de fil-mes, sexo extra-conjugal e questões desse tipo? Todos estes assuntos despertam respostas que fornecem indicações da cosmovisão de uma pessoa pela sugestão de certos padrões ("conservador" ou "progressivo", sendo muito rudes e não confiáveis os padrões que a maioria das pessoas reconhece). Em geral, conseqüentemente, todos possuem uma cosmovisão; embora inarticulada, ele ou ela pode expressá-la. Ter uma cosmovisão é simplesmente parte de ser um ser humano adulto. Qual o papel da cosmovisão em nossas vidas? A resposta a isto, creio, é que nossa cosmovisão fun-ciona como um guia para nossa vida. Uma cosmovisão, até quando ela é meio inconsciente e desar-ticulada, funciona como um compasso ou um mapa de estrada. Ela nos orienta no mundo de forma geral, dando-nos um senso do que é alto e do que é baixo, do que é certo e do que é errado na con-fusão de eventos e fenômenos que nos confrontam. Nossa cosmovisão forma, em um grau significa-tivo, o modo pelo qual avaliamos os eventos, assuntos e estruturas de nossa civilização e de nossa época. Ela nos permite "colocar" ou "situar" os vários fenômenos que estão ao nosso alcance. De fato, outros fatores têm uma função neste processo de orientação (interesse próprio psicológico ou econômico, por exemplo), mas estes outros fatores não eliminam a função orientadora da cosmovi-são de alguém; eles freqüentemente influenciam através de nossa perspectiva de vida. Uma das características exclusivas dos seres humanos é que nós não podemos fazer nada sem um tipo de orientação ou condução que uma cosmovisão dá. Nós necessitamos ser guiados porque so-mos inescapavelmente criaturas com responsabilidade, que por natureza são incapazes de sustentar opiniões puramente arbitrárias ou fazer decisões inteiramente sem princípios. Nós necessitamos de algum credo para viver por ele, algum mapa pelo qual tracemos nosso curso. A necessidade de uma perspectiva condutora é básica para a vida humana, talvez mais básica do que alimento ou sexo. Não somente nossas visões e argumentos são decididamente afetados pela nossa cosmovisão, mas também todas as decisões específicas que somos levados a fazer. Quando o relacionamento matri-monial começa a ficar áspero, o divórcio é uma opção? Quando a cobrança de impostos é injusta, você trapaceia em seus formulários de impostos? Os crimes devem ser punidos?". Você demitirá um empregado tão logo isto se torne economicamente vantajoso? Você começará a se envolver em políticas? Você desencorajará seu filho ou filha de ser tornar um artista? As decisões que você faz nestes e muitos outros assuntos são guiadas pela sua cosmovisão. As disputas sobre elas envolvem freqüentemente um conflito de perspectivas de vida básicas. Novamente, temos de admitir que pode haver inconsistência aqui: não somente podemos sustentar crenças conflitantes, mas às vezes podemos falhar em agir em harmonia com as crenças que susten-tamos. Este é um fato de nossa experiência diária que todos devemos reconhecer. Mas, isto significa que nossa cosmovisão conseqüentemente não tem o papel guiador que estamos atribuindo a ela? Não necessariamente. Um navio pode ser desviado de seu curso por uma tempestade e ainda estar se dirigindo ao seu destino. É o padrão em geral que conta, o fato que o timoneiro faz tudo que for possível para permanecer no curso. Se sua ação está fora de sintonia com suas crenças, você tende a mudar suas ações ou suas crenças. Você não pode manter sua integridade (ou sua saúde mental) por muito tempo se não fizer nenhum esforço para resolver o conflito. Esta visão da relação de nossa cosmovisão com a nossa conduta é disputada por muitos pensadores. Os marxistas, por exemplo, sustentam que o que realmente guia nosso comportamento não são nos-sas crenças, mas os interesses de classes. Muitos psicólogos olham para as cosmovisões mais como guiadas do que como guiando, como racionalizações para comportamentos que são realmente con-trolados pelas dinâmicas de nossa vida emocional. Outros psicólogos sustentam que nossas ações são basicamente condicionadas pelos estímulos físicos vindos de nosso meio. Seria tolice desconsi-derar a evidência que esses pensadores apresentam para reforçar seus pontos de vista. Na realidade, é verdade que o comportamento humano é muito complexo e inclui tais assuntos como interesses de classes, o condicionamento e a influência de desejos reprimidos. A questão é o que constitui o fator decisivo e dominante que conta para o padrão da ação humana. O modo como respondemos esta questão depende de nossa visão da natureza essencial da humanidade: isto é em si mesmo um assunto de nossa cosmovisão. Do ponto de vista cristão, devemos dizer que nossa crença é um fator decisivo em nossas vidas, embora as crenças que professamos possam estar em desacordo com as crenças que estão atualmen-te operando em nossas vidas. É um mandamento do evangelho que vivamos nossas vidas em conformidade com as crenças ensi-nadas nas Escrituras. O fato de freqüentemente falharmos em viver este mandamento, não invalida o fato de que podemos e devemos viver de acordo com nossas crenças. Qual é, então, o relacionamento da cosmovisão com as Escrituras? A resposta cristã a esta questão é: nossa cosmovisão deve ser formada e testada pelas Escrituras. Ela pode legitimamente guiar nos-sas vidas somente se ela for escriturística. Isto significa que, no assunto da cosmovisão, há um a-bismo significativo entre aqueles que aceitam estas Escrituras como sendo a Palavra de Deus e a-queles que não aceitam. Isto significa que os cristãos devem constantemente verificar suas crenças da cosmovisão à luz das Escrituras, porque se não o fizerem haverá uma poderosa inclinação a re-ceber muitas de nossas crenças, até as básicas, de uma cultura que tem sido secularizada em ritmo acelerado por gerações. Uma boa parte da finalidade deste livro é oferecer ajuda no processo de reformar nossa cosmovisão, para conformá-la mais estreitamente ao ensino das Escrituras. Como cristãos, confessamos que as Escrituras têm a autoridade de Deus, que é superior a tudo mais - acima da opinião pública, da educação, da criação de crianças, da mídia, e em resumo, acima de todas as poderosas interferências em nossa cultura pela qual a cosmovisão está constantemente sen-do formada. Contudo, uma vez que estas interferências em nossa cultura deliberadamente ignoram, e de fato usualmente rejeitam por completo a suprema autoridade das Escrituras, há considerável pressão sobre os cristãos para restringirem seu reconhecimento da autoridade das Escrituras à área da Igreja, da teologia e da moralidade pessoal - uma área que tem se tornado basicamente irrelevan-te no rumo tomado pela cultura e pela sociedade como um todo. Esta pressão, contudo, é em si mesma o fruto de uma cosmovisão secular, e deve ser resistida pelos cristãos com todos os recursos de que dispõem. Os recursos fundamentais são as próprias Escrituras. apologetica.perguntas@hotmail.com

O QUE É COSMOVISÃO?

Este livro é uma tentativa de esclarecer o conteúdo de uma cosmovisão bíblica e sua importância para nossas vidas, à medida que procuramos ser obedientes às Escrituras. As idéias que constituem esta cosmovisão não se originaram comigo. Elas vieram de uma longa tradição de reflexão Cristã sobre as Escrituras e nossa perspectiva total do mundo, uma tradição enraizada nas próprias Escritu-ras. Ela teve como alguns de seus representantes mais proeminentes os Pais da Igreja Irineu e Agos-tinho, e os Reformadores Tyndale e Calvino. Esta cosmovisão escriturística mencionada é às vezes chamada de "reformacional" após a Reforma Protestante, que descobriu novamente o ensino bíblico concernente à profundidade e escopo do pe-cado e da redenção. O desejo de viver pelas Escrituras somente, antes do que pelas Escrituras ao lado da tradição, é uma marca dos Reformadores. Nós seguimos seu caminho nesta ênfase bem como em querer uma reforma progressiva, em querer ser reformados pelas Escrituras continuamente (ver Atos 17:11; Romanos 12:2), antes do que viver por tradições não examinadas. A reflexão reformacional na cosmovisão tem ocupado distintas formas à medida que tem se movido no século vinte, algo que pode ser visto especialmente na obra de líderes holandeses como Abraham Kuyper, Herman Bavinck, Herman Dooyeweerd e D. H. T. Vollenhoven. Suas contribuições a uma compreensão mais profunda e articulada da cosmovisão bíblica vieram através da teologia, filosofia e outras disciplinas acadêmicas, e especialmente através da ação cultural e social que surgiram de um profundo desejo de serem obedientes às Escrituras em todas as áreas da vida e do serviço. O termo cosmovisão [worldview] veio da língua Inglesa como uma tradução da palavra alemã Wel-tanschauung [percepção (de mundo), ponto-de-vista, concepção (de mundo), cosmovisão]. Este termo tem a vantagem de ser claramente distinto de "filosofia" (ao menos no uso alemão) e de ser menos enfadonho do que a frase "visão do mundo e da vida", que foi preferida pelos neo-Calvinistas alemães (provavelmente seguindo um uso feito popular pelo filósofo Alemão [Wilhem] Dilthey). Um sinônimo aceitável é "perspectiva de vida" ou "visão confessional". Nós podemos também falar mais vagamente sobre o conjunto dos "princípios" ou "ideais" de uma pessoa. Um marxista chamá-lo-ia de uma "ideologia"; a classificação mais prevalecente nas ciências sociais hoje provavelmente é "sistema de valores". Estes termos são menos que aceitáveis porque os pró-prios termos possuem conotações de determinismo e relativismo que revelam uma cosmovisão ina-ceitável. Para nossas finalidades, cosmovisão será definida como "a estrutura abrangente das crenças básicas de alguém sobre coisas". Façamos um exame mais minucioso dos elementos desta definição. Primeiramente, "coisas" é um termo deliberadamente vago que se refere a qualquer coisa sobre a qual seja possível ter uma crença. Eu estou tomando-o no sentido mais geral que se possa imaginar, como abrangendo o mundo, a vida humana em geral, o significado do sofrimento, o valor da educa-ção, o social, a moralidade e a importância da família. Neste sentido pode-se dizer que até Deus está incluído entre as "coisas" sobre as quais temos crenças básicas. Segundo, uma cosmovisão é uma matéria das crenças de determinada pessoa. As crenças são dife-rentes dos sentimentos ou opiniões porque elas possuem uma "reivindicação cognitiva" - isto é, uma reivindicação a algum tipo de conhecimento. Eu posso dizer, por exemplo, que eu "creio" que a educação é o caminho para a felicidade humana. Isto significa que estou afirmando algo sobre o estado das coisas, o que o caso é. Estou querendo defender aquilo em que creio com argumentos. Os sentimentos não colocam reivindicação ao conhecimento, nem podem ser argumentados. Crenças não são opiniões, tampouco hipóteses. Para ser exato, nós às vezes usamos a palavra crer com aquele tipo de sentido enfraquecido ("Eu creio que Johnny chegará esta noite novamente tarde em casa"), mas eu estou usando aqui a palavra no sentido de "credo", uma crença comprometida, algo que estou disposto não somente a argumentar, mas também a defender ou promover com o gasto de dinheiro ou a paciência em meio ao sofrimento. Por exemplo, pode ser minha crença que a liberdade de expressão seja um direito inalienável na sociedade humana, ou que ninguém possa impor a sua religião a alguma outra pessoa. Sustentar uma crença pode exigir um sacrifício de mi-nha parte, ou a tolerância ao desprezo ou abuso se ela é uma crença dita não-popular ou não-ortodoxa, que os presídios devem castigar bem como reabilitar, ou que a livre iniciativa é o flagelo de nossa sociedade. Todas estas crenças são exemplos do que entra em uma cosmovisão. Tem a ver com as convicções de uma pessoa. Terceiro, é importante notar que as cosmovisões têm a ver com crenças básicas sobre coisas. Elas têm a ver com questões fundamentais com as quais somos confrontados; elas envolvem assuntos de princípio geral. Eu posso dizer que eu tenho uma crença segura de que os Yankees venceram o World Series de 1956, seguro a ponto de estar disposto a fazer uma grande aposta sobre isto, mas este tipo de crença não é o tipo que constitui uma cosmovisão. É diferente no caso de assuntos pro-fundos morais: A violência pode alguma vez ser justa? Há normas constantes para a vida humana? Existe um motivo para o sofrimento? Nós sobrevivemos à morte? Finalmente, as crenças básicas que uma determinada pessoa sustenta sobre coisas tendem a formar uma estrutura ou padrão; elas se unem de um certo modo. Eis a razão por que os humanistas freqüentemente falam de um "sistema de valores". Todos nós reconhecemos, em algum grau pelo me-nos, que devemos ser consistentes em nossas visões, se quisermos tomá-las com seriedade. Nós não adotamos uma posição arbitrária de crenças básicas que não possuam coerência ou não pareçam consistentes. Certas crenças básicas se chocam com outras. Por exemplo, a crença no matrimônio como uma ordenança de Deus não se comporta com a idéia de divórcio fácil. Uma convicção que filmes e teatros são essencialmente "divertimentos mundanos" não é muito consoante com o ideal de uma reforma cristã das artes. Uma crença otimista no progresso histórico é difícil de se harmoni-zar com a crença na depravação do homem. Isto não é dizer que cosmovisões nunca ou sejam internamente inconsistentes - muitas são (de fato, uma inconsistência pode ser uma das coisas mais interessantes sobre uma cosmovisão) - mas conti-nua sendo verdade que a característica mais significativa da cosmovisão é sua tendência voltada para o padrão e coerência; até suas inconsistências tendem a cair em padrões claramente reconhecí-veis. Além disso, a maioria das pessoas não admite uma inconsistência em sua própria cosmovisão, mesmo quando esta é muito óbvia a muitos outros. Tem sido assumido em nossa discussão até aqui que todos possuem uma cosmovisão de algum tipo. É este o caso, na realidade? Certamente é verdade que a maioria das pessoas não possui uma respos-ta se elas forem inquiridas de qual é sua cosmovisão, e os assuntos piorariam se eles fossem inquiri-dos sobre a estrutura de suas crenças básicas sobre as coisas. Contudo, suas crenças básicas emer-gem suficientemente depressa quando eles são enfrentados com questões práticas que se levantam, assuntos políticos atuais ou convicções que se confrontam com as suas. Como eles reagem ao servi-ço militar obrigatório, por exemplo? Qual é sua resposta ao evangelismo ou à contracultura, ao pa-cifismo ou comunismo? Que palavras de condolências podem oferecer ao lado da tumba? Quem eles responsabilizam pela inflação? Qual é a visão deles sobre aborto, pena de morte, disciplina na educação de crianças, homossexualidade, segregação racial, inseminação artificial, censura de fil-mes, sexo extra-conjugal e questões desse tipo? Todos estes assuntos despertam respostas que fornecem indicações da cosmovisão de uma pessoa pela sugestão de certos padrões ("conservador" ou "progressivo", sendo muito rudes e não confiáveis os padrões que a maioria das pessoas reconhece). Em geral, conseqüentemente, todos possuem uma cosmovisão; embora inarticulada, ele ou ela pode expressá-la. Ter uma cosmovisão é simplesmente parte de ser um ser humano adulto. Qual o papel da cosmovisão em nossas vidas? A resposta a isto, creio, é que nossa cosmovisão fun-ciona como um guia para nossa vida. Uma cosmovisão, até quando ela é meio inconsciente e desar-ticulada, funciona como um compasso ou um mapa de estrada. Ela nos orienta no mundo de forma geral, dando-nos um senso do que é alto e do que é baixo, do que é certo e do que é errado na con-fusão de eventos e fenômenos que nos confrontam. Nossa cosmovisão forma, em um grau significa-tivo, o modo pelo qual avaliamos os eventos, assuntos e estruturas de nossa civilização e de nossa época. Ela nos permite "colocar" ou "situar" os vários fenômenos que estão ao nosso alcance. De fato, outros fatores têm uma função neste processo de orientação (interesse próprio psicológico ou econômico, por exemplo), mas estes outros fatores não eliminam a função orientadora da cosmovi-são de alguém; eles freqüentemente influenciam através de nossa perspectiva de vida. Uma das características exclusivas dos seres humanos é que nós não podemos fazer nada sem um tipo de orientação ou condução que uma cosmovisão dá. Nós necessitamos ser guiados porque so-mos inescapavelmente criaturas com responsabilidade, que por natureza são incapazes de sustentar opiniões puramente arbitrárias ou fazer decisões inteiramente sem princípios. Nós necessitamos de algum credo para viver por ele, algum mapa pelo qual tracemos nosso curso. A necessidade de uma perspectiva condutora é básica para a vida humana, talvez mais básica do que alimento ou sexo. Não somente nossas visões e argumentos são decididamente afetados pela nossa cosmovisão, mas também todas as decisões específicas que somos levados a fazer. Quando o relacionamento matri-monial começa a ficar áspero, o divórcio é uma opção? Quando a cobrança de impostos é injusta, você trapaceia em seus formulários de impostos? Os crimes devem ser punidos?". Você demitirá um empregado tão logo isto se torne economicamente vantajoso? Você começará a se envolver em políticas? Você desencorajará seu filho ou filha de ser tornar um artista? As decisões que você faz nestes e muitos outros assuntos são guiadas pela sua cosmovisão. As disputas sobre elas envolvem freqüentemente um conflito de perspectivas de vida básicas. Novamente, temos de admitir que pode haver inconsistência aqui: não somente podemos sustentar crenças conflitantes, mas às vezes podemos falhar em agir em harmonia com as crenças que susten-tamos. Este é um fato de nossa experiência diária que todos devemos reconhecer. Mas, isto significa que nossa cosmovisão conseqüentemente não tem o papel guiador que estamos atribuindo a ela? Não necessariamente. Um navio pode ser desviado de seu curso por uma tempestade e ainda estar se dirigindo ao seu destino. É o padrão em geral que conta, o fato que o timoneiro faz tudo que for possível para permanecer no curso. Se sua ação está fora de sintonia com suas crenças, você tende a mudar suas ações ou suas crenças. Você não pode manter sua integridade (ou sua saúde mental) por muito tempo se não fizer nenhum esforço para resolver o conflito. Esta visão da relação de nossa cosmovisão com a nossa conduta é disputada por muitos pensadores. Os marxistas, por exemplo, sustentam que o que realmente guia nosso comportamento não são nos-sas crenças, mas os interesses de classes. Muitos psicólogos olham para as cosmovisões mais como guiadas do que como guiando, como racionalizações para comportamentos que são realmente con-trolados pelas dinâmicas de nossa vida emocional. Outros psicólogos sustentam que nossas ações são basicamente condicionadas pelos estímulos físicos vindos de nosso meio. Seria tolice desconsi-derar a evidência que esses pensadores apresentam para reforçar seus pontos de vista. Na realidade, é verdade que o comportamento humano é muito complexo e inclui tais assuntos como interesses de classes, o condicionamento e a influência de desejos reprimidos. A questão é o que constitui o fator decisivo e dominante que conta para o padrão da ação humana. O modo como respondemos esta questão depende de nossa visão da natureza essencial da humanidade: isto é em si mesmo um assunto de nossa cosmovisão. Do ponto de vista cristão, devemos dizer que nossa crença é um fator decisivo em nossas vidas, embora as crenças que professamos possam estar em desacordo com as crenças que estão atualmen-te operando em nossas vidas. É um mandamento do evangelho que vivamos nossas vidas em conformidade com as crenças ensi-nadas nas Escrituras. O fato de freqüentemente falharmos em viver este mandamento, não invalida o fato de que podemos e devemos viver de acordo com nossas crenças. Qual é, então, o relacionamento da cosmovisão com as Escrituras? A resposta cristã a esta questão é: nossa cosmovisão deve ser formada e testada pelas Escrituras. Ela pode legitimamente guiar nos-sas vidas somente se ela for escriturística. Isto significa que, no assunto da cosmovisão, há um a-bismo significativo entre aqueles que aceitam estas Escrituras como sendo a Palavra de Deus e a-queles que não aceitam. Isto significa que os cristãos devem constantemente verificar suas crenças da cosmovisão à luz das Escrituras, porque se não o fizerem haverá uma poderosa inclinação a re-ceber muitas de nossas crenças, até as básicas, de uma cultura que tem sido secularizada em ritmo acelerado por gerações. Uma boa parte da finalidade deste livro é oferecer ajuda no processo de reformar nossa cosmovisão, para conformá-la mais estreitamente ao ensino das Escrituras. Como cristãos, confessamos que as Escrituras têm a autoridade de Deus, que é superior a tudo mais - acima da opinião pública, da educação, da criação de crianças, da mídia, e em resumo, acima de todas as poderosas interferências em nossa cultura pela qual a cosmovisão está constantemente sen-do formada. Contudo, uma vez que estas interferências em nossa cultura deliberadamente ignoram, e de fato usualmente rejeitam por completo a suprema autoridade das Escrituras, há considerável pressão sobre os cristãos para restringirem seu reconhecimento da autoridade das Escrituras à área da Igreja, da teologia e da moralidade pessoal - uma área que tem se tornado basicamente irrelevan-te no rumo tomado pela cultura e pela sociedade como um todo. Esta pressão, contudo, é em si mesma o fruto de uma cosmovisão secular, e deve ser resistida pelos cristãos com todos os recursos de que dispõem. Os recursos fundamentais são as próprias Escrituras. As Escrituras representam muitas coisas para o cristão, mas a principal é a instrução. Não há passa-gem nas Escrituras que não possa nos ensinar algo sobre Deus e Seu relacionamento conosco. Nós devemos nos aproximar das Escrituras como estudantes, particularmente quando começamos a pen-sar criticamente sobre nossa própria cosmovisão. "Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nos-so ensino foi escrito", diz Paulo sobre o Velho Testamento (Romanos 15:4), e o mesmo se aplica ao Novo Testamento. Eis por que o conceito de "sã doutrina" é tão central no testemunho apostólico - não doutrina no sentido de teologia acadêmica, mas como instrução prática nas realidades de vida e morte de nosso andar em compromisso com Deus. É por meio deste tipo de ensino que a constância e encorajamento provenientes das Escrituras nos capacitam, como Paulo apontou na mesma passa-gem, não para nos desesperarmos, mas para estabelecermos nossa esperança em Cristo. Isto está envolvido também no que Paulo chama a "renovação de nossas mentes" (Romanos 12:2). Nós ne-cessitamos deste renovo se formos discernir qual é a vontade de Deus em toda a sua extensão para nossas vidas - "sua boa, agradável e perfeita vontade". Testar nossa cosmovisão à luz das Escritu-ras e revisá-la de acordo com ela é parte do renovo da mente. Esta ênfase no ensino escriturístico é claramente um aspecto fundamental da religião cristã. Todas as variedades de cristãos, apesar de todas suas diferenças, concordam sobre este ponto de uma for-ma ou de outra. Contudo é necessário enfatizá-la novamente com referência à questão de nossa cosmovisão, porque quase todos os ramos da Igreja Cristã também concordam que o ensino das Escrituras é basicamente um assunto de teologia e moralidade pessoal, um setor privado rotulado de "sagrado" e "religioso", separado dos amplos assuntos do ser humano, rotulados de "seculares". As Escrituras, de acordo com esta visão, precisam certamente formar nossa teologia (incluindo nossas "éticas teológicas"), mas são, na melhor das hipóteses, somente indiretamente e tangencialmente relacionadas a assuntos seculares tais como política, arte e conhecimento: a Bíblia nos ensina uma visão de Igreja e uma visão de Deus, não uma cosmovisão. Este é um erro perigoso. Sem dúvida, nós devemos ser ensinados pelas Escrituras em assuntos tais como batismo, oração, eleição e igreja, mas as Escrituras falam centralmente a tudo em nossa vida e mundo, incluindo tecnologia, economia e ciência. O escopo do ensino bíblico inclui assuntos ordi-nários "seculares" como labor, grupos sociais e educação. A menos que tais assuntos estejam apro-ximados em termos de uma cosmovisão baseada honestamente em categorias escriturísticas centrais como criação, pecado e redenção, nossa avaliação destas dimensões supostamente não-religiosas de nossas vidas será provavelmente dominada por uma das competitivas cosmovisões do Ocidente secularizado. Conseqüentemente, é essencial relacionar os conceitos básicos de "teologia bíblica" à nossa cosmovisão - ou melhor, entender estes conceitos básicos como constituindo uma cosmovi-são. Em certo sentido, o apelo que está sendo feito aqui para uma cosmovisão bíblica é simples-mente um apelo para o crente levar a sério a Bíblia e seu ensino para a totalidade de nossa civiliza-ção agora mesmo, e não para relegá-la a alguma área opcional chamada "religião". Tudo isto levanta a questão do relacionamento do que eu tenho chamado de "cosmovisão" com a teologia e a filosofia. Este é um assunto que causa certa confusão, uma vez que na conversação co-mum quaisquer perspectivas abrangentes sobre as coisas que apela à autoridade da Bíblia são cha-madas de "teologia", e qualquer perspectiva que apela à autoridade da razão é chamada de "filosofi-a". O problema com este modo de falar é que ele falha em fazer uma distinção entre a perspectiva de vida que todo ser humano tem pelo fato de ser humano e as disciplinas acadêmicas especializa-das que são ensinadas pelos professores de teologia e filosofia. Além disso, ela faz uma suposição equivocada que a teologia não pode ser pagã ou humanística e que a filosofia não pode ser bíblica. A diferença entre cristão e não-cristão não pode ser tão facilmente dividida entre duas disciplinas acadêmicas. Teologia e filosofia são campos especializados de investigação que nem todos podem adentrar. Elas requerem habilidades especiais, um certo tipo de inteligência e uma quantia considerável de melhor: "conhecimento" ou "instrução". Eles são campos para especialistas treinados. Isto não é dizer que elas estão fechadas ao leigo inteligente; simplesmente significa que os leigos têm uma desvantagem melhor: "definida" em si, pelo simples fato de estarem nas ciências médicas, econômicas e em campos não-acadêmicos específicos como altas finanças e diplomacia internacional. Em todos estes campos há homens e mulheres profissionais, que são especializados na área. Teologia e filosofia não são exceção. Mas a cosmovisão é um assunto totalmente diferente. Você não necessita de títulos ou habilidades especiais para ter uma perspectiva na vida. Sabedoria bíblica ou sã doutrina não aumentam com o avanço do treinamento teológico. Se aumentasse, os profetas e apóstolos, para não mencionar o próprio Jesus, teriam sido totalmente deficientes comparados com os brilhantes e jovens teólogos de hoje que acabam de sair de uma faculdade. Brilhantismo acadêmico é algo totalmente diferente de sabedoria e de senso comum - e uma cosmovisão é uma questão de sabedoria e senso comum, seja bíblico ou não. Sem tentar definir precisamente a natureza de "ciência" e "teoria" (que neste contexto podemos considerar sinônimos), podemos dizer que filosofia e teologia, como disciplinas acadêmicas, são cientificas e teóricas, enquanto que uma cosmovisão não é. Uma cosmovisão é uma questão da ex-periência diária da humanidade compartilhada, um componente inescapável de todo saber humano, ou melhor, (desde que o conhecimento cientifico é sempre dependente do conhecimento intuitivo de nossa experiência diária) pré-científico, por natureza. Ela pertence a uma ordem de cognição mais básica do que a da ciência ou teoria. Da mesma forma que a estética pressupõe algum senso inato de beleza, e a teoria legal pressupõe uma noção fundamental de justiça, assim a teologia e filosofia pressupõem uma perspectiva pré-teórica sobre o mundo. Elas dão uma elaboração cientifica de uma cosmovisão. No geral, então, podemos dizer que cosmovisão, filosofia e teologia são semelhantes no sentido de serem abrangentes em escopo, mas que elas são diferentes no que uma cosmovisão é pré-científica, ao passo que a filosofia e teologia são científicas. A distinção entre filosofia e teologia pode talvez se tornar mais clara se introduzirmos dois conceitos chaves: "estrutura" e "rumo". A filosofia pode ser descrita como aquela disciplina científica abrangente (totalmente orientada) que se foca na estrutura das coisas - isto é, na unidade e diversidade daquilo que é dado nas coisas criadas. Teo-logia (isto é, teologia sistemática cristã), por outro lado, pode ser considerada aquela disciplina cientifica abrangente (totalmente orientada) que se foca no rumo das coisas - isto é, no mal que contagia o mundo e a cura que pode salvá-lo. A filosofia cristã olha para a criação à luz das categorias básicas da Bíblia; a teologia cristã olha para a Bíblia à luz das categorias básicas da criação. Uma cosmovisão, ao contrário, é igualmente relacionada tanto com as questões estruturais como direcionais. Ela não tem contudo a diferenciação de foco característica das disciplinas científicas abrangentes (ou amplas). Há muito que se pode dizer sobre estas distinções, especialmente sobre a distinção entre estrutura e direção, mas que terá de esperar até um ponto posterior em nossa discussão. No momento estamos somente tocando nele resumidamente para esclarecer o relacionamento entre os três modos abran-gentes de entender o mundo. Agora que temos uma idéia geral do que uma cosmovisão é, resta-nos falar o que é diferente na cosmovisão reformacional. Que características peculiares a distinguem de outras cosmovisões, tanto da pagã ou humanista como daquelas cristãs. Devemos começar aceitando o fato que há diferentes cosmovisões cristãs, até dentro da corrente principal da ortodoxia cristã histórica. Há um sentido, naturalmente, em que todas as igrejas cristãs ortodoxas (que iremos entender neste contexto como sendo aquelas igrejas cristãs que aceitam os assim chamados credos ecumênicos da igreja primitiva) compartilham uma boa quantidade do ensi-no bíblico básico. Todas elas aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus, crêem em um Criador trans-cendental que fez todas as coisas, que a desgraça humana é devida ao pecado e que Jesus Cristo veio para expiar este pecado e redimir a humanidade de sua maldição, afirmam que Deus é pessoal e triúno, que Cristo é tanto divino como humano, e assim por diante. Nós não devemos minimizar a extensão na qual a Igreja Ortodoxa Oriental, a Católica Romana e vários tipos de tradições protes-tantes compartilham a mesma herança e confissão bíblica. Não obstante, estamos bem cientes das profundas divisões dentro da igreja cristã. Estas divisões refletem diferenças de cosmovisão bem como diferenças de teologia no sentido estrito da palavra. Gostaria de brevemente identificar as diferenças básicas entre a cosmovisão reformacional e outras cosmovisões cristãs. Um modo de ver esta diferença é usar a definição básica de fé cristã dada por Herman Bavinck: "Deus o Pai reconciliou o mundo criado por Ele porém caído, através da morte de Seu Filho, e re-nova-o em um Reino de Deus pelo Seu Espírito". A cosmovisão reformacional toma todos os ter-mos chaves nesta confissão trinitariana ecumênica num sentido universal e todo-abrangente. Os termos "reconciliado", "criado", "caído", "mundo", "renova" e "reino de Deus" são tidos por cós-micos no escopo. Em principio, nada à parte do próprio Deus fica fora da extensão destas realidades fundamentais da religião bíblica. Todas as outras cosmovisões cristãs, ao contrário, restringem o escopo de cada um destes termos de um ou outro modo. Compreende-se que cada um se aplica somente a uma área delimitada do uni-verso de nossa experiência, usualmente chamado de a esfera "religiosa" ou "sagrada". Tudo que esteja fora desta área delimitada é chamado de a esfera "mundana", ou "secular", ou "natural" ou "profana". Todas estas teorias das "duas esferas", como são chamadas, são talvez melhor "varian-tes" de uma cosmovisão basicamente dualística, em oposição à perspectiva integral da cosmovisão reformacional, que não aceita uma distinção entre as esferas sagrada e secular no cosmo. Esta é uma maneira de explicar a distinção da cosmovisão reformacional. Outra maneira é dizer que suas características distintivas são organizadas ao redor da visão central de que "a graça restaura a natureza" - isto é, a redenção em Jesus Cristo significa a restauração de uma criação originalmente boa. (Naturalmente quero dizer "realidade criada" nestes contextos). Em outras palavras, redenção é re-criação. Se olharmos para isto mais atentamente, podemos ver que esta afirmação básica real-mente envolve três dimensões fundamentais: a criação originalmente boa, a perversão da criação através do pecado e a restauração da criação em Cristo. Isto mostra quão central a doutrina da cria-ção se torna em tal visão, visto que o propósito completo da salvação é, então, o de salvar uma cria-ção corrompida pelo pecado. Nas cosmovisões não-reformacionais, contudo, a graça inclui algo além da natureza, com o resultado que a salvação é algo basicamente "não-criacional", super-criacional, ou até mesmo anti-criacional. Em tais perspectivas, seja o que for que Cristo traga além da criação pertence à esfera sagrada, enquanto que a criação original constitui a esfera secular. Nos próximos três capítulos, observaremos as três categorias bíblicas básicas da criação, queda e redenção. Até aqui falamos bastante abstratamente sobre a cosmovisão reformacional para colocá-la no amplo contexto das cosmovisões cristãs como um todo. Agora é tempo de nos tornar mais espe-cíficos, relacionando a cosmovisão reformacional tanto nos temas centrais das Escrituras como nas realidades básicas de nossa experiência cultural e social.

A INFALIBILIDADE PAPAL

 Veneráveis padres e irmãos: Não sem temor, porém com uma consciência livre e tranqüila, ante Deus que nos julga, tomo a palavra nesta augusta assembléia. Prestei toda a minha atenção aos discursos que se pronunciaram nesta sala, e anseio por um raio de luz que, descendo de cima, ilumine a minha inteligência e me permita votar os cânones deste Concílio Ecumênico, com perfeito conhecimento de causa. Compenetrado da minha responsabilidade, pela qual Deus me pedirá contas, estudei com a mais escrupulosa atenção os escritos do Antigo e do Novo Testamento, e interroguei esses veneráveis monumentos da Verdade: se o pontífice que preside aqui é verdadeiramente o sucessor de São Pedro, vigário do Cristo e infalível doutor da Igreja. Transportei-me aos tempos em que ainda não existiam o ultramontanismo [1] nem o galicanismo [2] , em que a Igreja tinha por doutores: São Paulo, São Pedro, São Tiago e São João, aos quais não se pode negar a autoridade divina, sem pôr em dúvida o que a santa Bíblia que o Concílio de Trento proclamou como a regra da Fé e da Moral. Abri essas sagradas páginas e sou obrigado a dizer-vos: nada encontrei que sancione, próxima ou remotamente, a opinião dos ultramontanos! E maior é a minha surpresa quando, naqueles tempos apostólicos, nada há que fale de papa para sucessor de S. Pedro e vigário de Jesus Cristo! Vós, Monsenhor Manning, direis que blasfemo; vós Monsenhor Pio, direis que estou demente! Não, Monsenhores; não blasfemo nem perdi o juízo! Tendo lido todo o Novo Testamento, declaro, ante Deus e com a mão sobre o crucifixo, que nenhum vestígio encontrei do papado. Não me recuseis a vossa atenção, meus veneráveis irmãos! Com os vossos sussurros e interrupções justificais os que dizem, como o padre Jacinto, que este Concílio não é livre; se assim for, tende em vista que esta augusta assembléia, que prende a atenção de todo o mundo, cairá no mais terrível descrédito. Agradeço a Sua Ex., o Monsenhor Dupanloup, o sinal de aprovação que me faz com a cabeça; isso me alenta e anima prosseguir. Lendo, pois os santos livros, não encontrei neles um só capítulo, um só versículo que dê a São Pedro a chefia sobre os Apóstolos. Não só o Cristo nada disse sobre esse ponto, como, ao contrário, prometeu tronos a todos os Apóstolos (Mateus, cap. XIX, v. 28), sem dizer que o de Pedro seria o mais elevado que os dos outros! Que diremos do seu silêncio? A lógica nos ensina a concluir que o Cristo nunca pensou em elevar Pedro à chefia do Colégio Apostólico. Quando Cristo enviou os seus discípulos a conquistar o mundo, a todos — igualmente — fez a promessa do Espírito Santo. Dizem as Santas Escrituras que até proibiu a Pedro e a seus colegas de reinarem ou exercerem senhorio (Lucas, XXII, 25 e 26). Se Pedro fosse eleito papa Jesus não diria isso, porque, segundo a nossa tradição, o papado tem uma espada em cada mão, simbolizando os poderes espiritual e temporal. Ainda mais: se Pedro fosse papa ou chefe dos Apóstolos, permitiria que esses seus subordinados o enviassem, com João, à Samaria, para anunciar o Evangelho do Filho de Deus? (Atos, c. VIII, v. 14). Que direis vós, veneráveis irmãos, se nos permitíssemos, agora mesmo, mandar Sua Santidade Pio IX, que aqui preside, e Sua Eminência, Monsenhor Plantier, ao Patriarca de Constantinopla, para convencê-lo de que deve acabar com o cisma do oriente? O símile é perfeito, haveis de concordar. Mas temos coisa ainda melhor: Reuniu-se em Jerusalém um concílio ecumênico para decidir questões que dividiam os fiéis. Quem devia convocá-lo? Sem dúvida, Pedro, se fosse papa. Quem devia presidir a ele? Por certo, Pedro. Quem devia formular e promulgar os cânones? Ainda Pedro, não é verdade? Pois bem: nada disso sucedeu! Pedro assistiu ao concílio com os demais Apóstolos, sob a direção de São Tiago! (Atos, cap. XV). Assim, parece-me que o filho de Jonas não era o primeiro, como sustentais. Encarando agora por outro lado, temos: enquanto ensinamos que a Igreja está edificada sobre Pedro, S. Paulo (cuja autoridade devemos todos acatar) diz-nos que ela está edificada sobre o fundamento da fé dos Apóstolos e Profetas, sendo Jesus Cristo a principal pedra do ângulo. (Epistola aos Efésios, cap. II, v. 20) Esse mesmo Paulo, ao enumerar os ofícios da Igreja, menciona apóstolos, profetas, evangelistas e pastores; e será crível que o grande Apóstolo dos gentios se esquecesse do papado, se o papado existisse? Esse olvido me parece tão impossível como um historiador deste Concílio que não fizesse menção de Sua Santidade Pio IX. (Apartes: Silêncio, herege! Silêncio!)·... Calmai-vos, veneráveis irmãos, porque ainda não conclui, impedindo-me de prosseguir, provareis ao mundo que sabeis ser injustos, tapando a boca do mais pequeno membro desta assembléia. Continuarei: O Apóstolo Paulo não faz menção, em nenhuma das suas Epistolas, às diferentes Igrejas, da primazia de Pedro; se essa existisse e se ele fosse infalível como quereis, poderia Paulo deixar de mencioná-la, em longa Epístola sobre tão importante ponto? Concordai comigo. A Igreja nunca foi mais bela, mais pura e mais santa que naqueles tempos em que não tinha papa. (Apartes: Não é exato; não é exato!). Porque negais, Monsenhor de Laval? Se algum de vós outros, meus veneráveis irmãos, se atreve a pensar que a Igreja, que hoje tem um papa (que vai ficar infalível), é mais firme na fé e mais pura na moralidade que a Igreja Apostólica, diga-o abertamente ante o Universo, visto como este recinto é um centro do qual as nossas palavras voam de pólo a pólo! Calai-vos? Então continuarei: Também nos escritos de S. Paulo, de S. João, ou de S. Tiago, não descubro traço algum do poder papal! S. Lucas, o historiador dos trabalhos Apostólicos, guarda silêncio sobre tal assunto! Isso deve preocupar-vos muito. Não me julgueis um cismático! Entrei pela mesma porta que vós outros; o meu título de Bispo deu-me direito a comparecer aqui, e a minha consciência, inspirada no verdadeiro Cristianismo, me obriga a dizer-vos o que julga ser verdade. Pensei que, se Pedro fosse vigário de Jesus Cristo, ele não o sabia, pois que nunca procedeu como papa: nem no dia de Pentecostes, quando pregou o seu primeiro sermão, nem no Concílio de Jerusalém, presidido por S. Tiago, nem na Antioquia, e nem nas Epístolas que dirigia às Igrejas. Será possível que ele fosse papa sem o saber? Parece-me escutar de todos os lados: Pois S. Pedro não esteve em Roma? Não foi crucificado de cabeça para baixo? Não existem os lugares onde ensinou e os altares onde disse missa nessa cidade? E eu responderei: Só a tradição, veneráveis irmãos, é que nos diz ter S. Pedro estado em Roma; e como a tradição é tão somente a tradição da sua estada em Roma, é com ela que me provareis o seu episcopado e a sua supremacia? Scalígero, um dos mais eruditos historiadores, não vacila em dizer que o episcopado de S. Pedro e a sua residência em Roma se devem classificar no número das lendas mais ridículas! (Repetidos gritos e apartes: Tapai-lhe a boca, fazei-o descer desta cadeira!). Meus veneráveis irmãos, não faço questão de calar-me como quereis, mas não será melhor examinar todas as coisas como manda o Apóstolo, e crer só no que for bom? Lembrai-vos de que temos um ditador ante o qual todos nós, mesmo Sua Santidade Pio IX, devemos curvar a cabeça: Esse ditador, vós bem o sabeis, é a História! Permiti que repita: Folheando os sagrados escritos não encontrei o mais leve vestígio do papado nos tempos apostólicos! E percorrendo os anais da Igreja, nos quatro primeiros séculos, o mesmo me sucedeu! Confessar-vos-ei que o que encontrei foi o seguinte: Que o grande Santo Agostinho, bispo de Hipona , honra e glória do Cristianismo e secretário no Concílio de Melive, nega a supremacia ao bispo de Roma. Que os bispos da África, no sexto Concílio de Cartago, sob a presidência de Aurélio, bispo dessa cidade, admoestavam Celestino, bispo de Roma, por supor-se superior aos demais bispos,enviando-lhes comissionados e introduzindo o orgulho na Igreja. Que, portanto o papado não é instituição divina. Deveis saber meus veneráveis irmãos, que os padres do concílio de Calcedônia colocaram os bispos da antiga e nova Roma na mesma categoria dos demais bispos. Que aquele sexto Concílio de Cartago proibiu o titulo de “Príncipe dos Bispos”, por não haver soberania entre eles. E que São Gregório I escreveu estas palavras, que muito aproveitam a tese: — Quando um Patriarca se intitula “Bispo Universal”, o titulo de Patriarca sofre incontestavelmente descrédito. Quantas desgraças não devemos esperar, se entre os sacerdotes se suscitar tais ambições? Esse “bispo” será o rei dos orgulhosos! — (Pelágio II, Cent. 13). Com tais autoridades e com muitas outras que poderia citar-vos, julgo ter provado que os primeiros bispos de Roma não foram reconhecidos como bispos universais ou papas, nos primeiros séculos do Cristianismo. E, para mais reforçar os meus argumentos, lembrarei aos meus veneráveis irmãos que foi Osio, bispo de Cordova quem presidiu ao primeiro Concílio de Nicéia, redigindo os seus cânones; e que foi ainda esse bispo que, presidindo ao Concílio de Sardica, excluiu o enviado de Julio, bispo de Roma! Mas da direita me citam estas palavras do Cristo — Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Sois, portanto chamados para este terreno. Julgais veneráveis irmãos, que a rocha ou pedra sobre que a Santa igreja está edificada, é Pedro; mas permiti que eu discorde desse seu modo de pensar. Diz São Cirilo, no seu quarto livro sobre a Trindade: “A rocha ou pedra de que nos fala Mateus, é a fé imutável dos Apóstolos”. S. Olegário, bispo de Poitiers, em seu segundo livro sobre a Trindade, repete: Que aquela pedra é a rocha da fé confessada da boca de S. Pedro. E no seu sexto livro, mais luz nos fornece, dizendo: É sobre esta rocha da confissão da fé que a Igreja está edificada. S. Jerônimo, no sexto livro sobre S. Mateus, é de opinião que Deus fundou sua Igreja sobre a rocha ou pedra que deu o seu nome a Pedro. Nas mesmas águas navega São Crisóstomo quando, em sua homilia 56 a respeito de Mateus, escreve: — Sobre esta rocha edificarei a minha Igreja: e esta rocha é a confissão de Pedro. E eu vos perguntarei, veneráveis irmãos, qual foi a confissão de Pedro? Já que não me respondeis eu vo-la direi: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Ambrósio, o santo Arcebispo de Milão, S. Basílio de Salência e os padres do Concílio de Calcedônia ensinam precisamente a mesma coisa. Entre os doutores da antiguidade cristã, Santo Agostinho ocupa um dos primeiros lugares, pela sua sabedoria e pela sua santidade. Escutai como ele se expressa sobre a primeira Epistola de S. João: Edificarei a minha Igreja sobre esta rocha, significa claramente que é sobre a fé de Pedro. No seu tratado 124, sobre o mesmo S. João, encontra-se esta significativa frase: Sobre esta rocha, que acabais de confessar, edificarei a minha Igreja; e a rocha era o próprio Cristo, filho de Deus. Tanto esse grande e santo bispo não acreditava que a Igreja fosse edificada sobre Pedro, que disse em seu sermão nº 13: — Tu és Pedro, e sobre essa pedra ou rocha que me confessaste, que reconheceste, dizendo: Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo; edificarei a minha Igreja, sobre mim mesmo; pois sou o filho do Deus vivo. Edificarei sobre mim mesmo e não sobre ti. Haverá coisa mais clara e positiva? Deveis saber que essa compreensão de Santo Agostinho, sobre tão importante ponto do Evangelho, era a opinião corrente no mundo cristão naqueles tempos. Estou certo de que não me contestareis. Assim é que resumindo vos direi: 1º - Que Jesus deu aos outros Apóstolos o mesmo poder que deu a Pedro. 2º - Que os Apóstolos nunca reconheceram em S. Pedro a qualidade de vigário do Cristo e infalível doutor da Igreja. 3º - Que o mesmo Pedro nunca pensou ser papa, nem fez coisa alguma como papa. 4º - Que os Concílios dos quatro primeiros séculos nunca deram, nem reconheceram o poder e a jurisdição que os bispos de Roma queriam ter. 5º - Que os Santos Padres, na famosa passagem: — Tu és Pedro, e sobre esta pedra (a confissão de Pedro) edificarei minha Igreja — nunca entenderam que a Igreja estava edificada sobre Pedro (super petrum), e sim sobre a rocha (super petram), isto é: sobre a confissão da fé do Apóstolo! Concluo, pois, com a História, a razão, a lógica, o bom senso e a consciência do verdadeiro cristão, que Jesus não deu supremacia alguma a Pedro, e que os bispos de Roma só se constituíram soberanos da Igreja, confiscando, um por um, todos os direitos de episcopado! (Vozes de todos os lados: Silêncio, insolente, silêncio, silêncio!). Não sou insolente! Não, mil vezes não! Contestai a História, se ousais fazê-lo; mas ficai certos de que não a destruireis! Se avancei alguma inverdade, ensinai-me isso com a História, à qual vos prometo fazer a mais honrosa apologia. Mas compreendei que eu não disse tudo quanto quero e posso dizer. Ainda que a fogueira me aguardasse lá fora, eu não me calaria! Sedes pacientes como manda Jesus. Não junteis a cólera ao orgulho que vos domina! Disse Monsenhor Dupanloup, nas suas célebres — Observações — sobre este Concílio do Vaticano, e com razão, que, se declararmos infalível a Pio IX, necessariamente precisamos sustentar que infalíveis também eram os seus antecessores. Porém, veneráveis irmãos, com a História na mão, eu vos provarei que alguns papas faliram. Passo a provar-vos, veneráveis irmãos, com os próprios livros existentes na biblioteca deste Vaticano, como é que faliram alguns papas que nos têm governado: O papa Marcelino entrou no templo de Vesta e ofereceu incenso à deusa do paganismo. Foi, portanto, idólatra; ou pior ainda: foi apostata! Libório consentiu na condenação de Atanásio; depois passou para o Arianismo [3] . Honório aderiu ao Monotelismo [4] . Gregório I chamava Anti-Cristo ao que se impunha como — Bispo Universal; — e, entretanto Bonifácio III conseguiu do parricida Imperador Focas obter esse titulo em 607. Pascoal II e Eugênio III autorizavam os duelos, condenados pelo Cristo; enquanto que Julio II e Pio IV os proibiram. Adriano II, em 872, declarou válido o casamento civil; entretanto, Pio VII, em 1823, condenou-o. Xisto V publicou uma edição da Bíblia e, com uma bula, recomendou a sua leitura; e aquele Pio VII excomungou a edição. Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus, permitida por Paulo III; e o mesmo Pio VII a restabeleceu. Porém, para que mais provas? Pois o nosso Santo Padre Pio IX não acaba de fazer a mesma coisa quando, na sua bula para os trabalhos deste Concílio, dá como revogado tudo quanto se tenha feito em contrário ao que aqui for determinado, ainda mesmo tratando-se de decisões dos seus antecessores? Até isso negareis? Nunca eu acabaria, meus veneráveis irmãos, se me propusesse a apresentar-vos todas as contradições dos papas, em seus ensinamentos. Como então poderá dar-lhes a infalibilidade? Não sabeis que, fazendo infalível Sua Santidade, que presente se acha e me ouve, tereis que negar a sua falibilidade e a de seus antecessores? E vos atrevereis a sustentar que o Espírito Santo vos revelou que a infalibilidade dos papas data apenas deste ano de 1870? Não vos enganeis a vós mesmos: Se decretardes o dogma da infalibilidade papal, vereis os protestantes, nossos rancorosos adversários, penetrarem por larga brecha com a bravura que lhes dá a História. E que tereis vós a opor-lhes? O silêncio, se não quiserdes desmoralizar-vos. (Gritos: É demais; basta, basta!). Não griteis, Monsenhores! Temer a História, é confessar-vos derrotados! Ainda que pudésseis fazer rolar toda a água do Tibre sobre ela, não borraríeis nem uma só das suas páginas! Deixai-me falar e serei breve. Vergílio comprou o papado de Belisário, tenente do Imperador Justiniano. Por isso, foi condenado no segundo Concílio de Calcedônia, que estabeleceu este cânone: — O bispo que se eleve por dinheiro será degradado. Sem respeito àquele cânone, Eugênio III, seis séculos depois, fez o mesmo que Vergílio, e foi repreendido por São Bernardo, que era a estrela brilhante do seu tempo. Deveis conhecer a história do papa Formoso; Estevão XI fez exumar o seu corpo, com as vestes pontificiais; mandou cortar-lhe os dedos e o arrojou ao Tibre. Estevão foi envenenado; e tanto Romano como João, seus sucessores, reabilitaram a memória de Formoso. Lede Plotino, lede Barônio, o Cardeal! É dele que me sirvo. Barônio chega a dizer que as poderosas cortesãs vendiam, trocavam e até mesmo se apoderavam dos bispados; e, horrível é dizê-lo, faziam papas os seus amantes! Genebrado sustenta que, durante 150 anos, os papas, em vez de apóstolos, foram apóstatas. Deveis saber que o papa João XII foi eleito com a idade de dezoito anos tão somente; e que o seu antecessor era filho do Papa Sérgio com Marózzia. Que Alexandre VI era, nem me atrevo a dizer o que ele era de Lucrécia; e que João XXII negou a imortalidade da alma, sendo deposto pelo Concílio de Constança. Já nem falo dos cismas que tanto têm desonrado a Igreja. Volto porém, a dizer-vos que, se decretais a infalibilidade do atual bispo de Roma, devereis decretar também a de todos os seus antecessores; mas, atrever-vos-eis a tanto? (Gritos: Descei da cadeira, descei já; tapemos a boca desse herege). Não griteis, meus veneráveis irmãos, com gritos nunca me convencereis. A História protestará eternamente sobre o monstruoso dogma da infalibilidade papal; e quando mesmo todos vós o aproveis, faltará um voto, e esse voto é o meu! Mas, voltemos à doutrina dos Apóstolos: Fora dela só há erros, trevas e falsas tradições. Tomemos a eles e aos Profetas pelos nossos únicos mestres, sob a chefia de Jesus. Firmes e imóveis como a rocha, constantes e incorruptíveis nas inspiradas Escrituras, digamos ao mundo: Assim como os sábios da Grécia foram vencidos por Paulo, assim a Igreja Romana será também vencida pelo seu 98! (Gritos clamorosos: Abaixo o protestante! Abaixo o calvinista! Abaixo o calvinista! Abaixo o traidor da Igreja!). Os vossos gritos, Monsenhores, não me atemorizam, e só vos comprometem. As minhas palavras têm calor, mas a minha cabeça está serena. Não sou de Lutero, nem de Calvino, nem de Paulo, e sim, e tão somente do Cristo. (Novos gritos: Anátema! Anátema! Anátema vos lançamos!). Anátema! Anátema! Para os que contrariam a doutrina de Jesus! Ficai certos de que os Apóstolos, se aqui comparecessem, vos diriam a mesma coisa que acabo de declarar-vos. Que lhes diríeis vós, se eles, que predicaram e confirmaram com seu sangue, lembrando-vos o que escreveram, vos mostrassem o quanto tendes deturpado o Evangelho do amado Filho de Deus? Acaso lhes diríeis: Preferimos a doutrina dos Loiólas à do Divino Mestre? Não! Mil vezes não! A não ser que tenhais tapado os ouvidos, fechado os olhos e embotado a vossa inteligência, o que não creio. Oh! Se Deus quer castigar-nos, fazendo cair pesadamente a sua mão sobre nós, como fez ao Faraó, não precisa permitir que os soldados de Garibaldi nos expulsem daqui; basta deixar que façais de Pio IX um Deus, como já fizestes uma deusa da Virgem Maria. Evitai, sim, evitai, meus veneráveis irmãos, o terrível precipício a cuja borda estais colocados. Salvai a Igreja do naufrágio que a ameaça, e busquemos todos, nas Sagradas Escrituras, a regra da fé que devemos crer e professar, Digne-se Deus assistir-me. Tenho concluído! (Todos os padres se levantaram, muitos saíram da sala; porém alguns prelados italianos, americanos, alemães, franceses e ingleses rodearam o inspirado orador e, com fraternais apertos de mão, demonstraram concordar com o seu modo de pensar). Coisa singular; desde a tal infalibilidade dos papas, vê-se a Igreja como que atirar-se em um despenhadeiro, de cabeça para baixo! Quão inspirado estava esse bispo Strossmayer! NOTAS: 1. Doutrina e política dos católicos sobretudo franceses que se apoiavam na Cúria Romana (além dos montes), opondo-se aos Galicanos no séc. XVII. O termo passou a significar o sistema e a tendência dos que sustentam a autoridade absoluta do papa em matéria de fé e disciplina como poder centralizado e único. 2. Doutrina surgida em dois momentos históricos: no séc. XIV, defendendo a ingerência dos reis franceses em negócios eclesiásticos; e no séc. XVII, preconizando a autonomia dos bispos franceses em relação a autoridade pontifícia. 3. Doutrina professada por Ário, padre alexandrino do séc. IV, que subordinava o Logos ao Pai, o único eterno e verdadeiro Deus. Foi condenada pelo Concílio de Nicéia (325). O arianismo expediu-se durante todo o século chegando a formar radicais como a dos anomeus. Foi definitivamente eliminado do Império, após numerosas flutuações e tomadas de posição contraditórias. 4. Doutrina Teológica defendida no séc. VII por Sérgio, patriarca de Constantinopla, como desdobramento do monofisismo. Sustentava que Cristo possuía uma única vontade ou energia por causa da unidade de pessoa e de natureza. Foi reprovada pelo 3º Concílio de Constantinopla em 680 - 681.